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Acre é o primeiro Estado a ter capacitação da MEI

 

Apesar de ser o 11º Núcleo Estadual de Inovação implantado no País, a Federação das Indústrias do Acre (Fieac) – por ter sido a mais organizada na implementação das ações da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) para a sensibilização dos empresários locais – foi a 1ª do Brasil a avançar para a segunda fase: a capacitação deste público-alvo. Nestas quinta e sexta (17 e 18), a Sala de Reuniões da Presidência é a sede do Curso de Gestão da Inovação, uma iniciativa do convênio entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Sebrae.

Empresários das diversas atividades industriais acreanas participam do evento, que tem por objetivo despertá-los para a importância de se colocar a inovação no centro das estratégias que têm por finalidade alavancar seus empreendimentos e torná-los ainda mais competitivos no mercado. Dois expoentes do tema no Estado, os empresários George Dobré, presidente do Sindmoveis, e Síglia Abrahão, proprietária da Malharia Ponto Sem Nó, são entusiastas da iniciativa.

“Se não fossem essas parcerias, eu não teria conseguido fazer nada disso na minha empresa”, reconhece Síglia. “Estou em constante busca de algo para avançar no meu negócio. Por isso, procuro seguir e implementar todas as recomendações que os diversos consultores que já passaram pela minha empresa me fizeram”, ensina.

A empresária conta que já conseguiu melhorar o processo de fabricação de suas peças – uniformes, camisetas e bonés –, reduzindo em até 10% o tempo de produção e o material utilizado, por meio das orientações que está sempre disposta a receber. Além da MEI ela também citou o Projeto de Fortalecimento do Setor de Confecção, desenvolvido numa parceria entre o Sindicato da Indústria de Confecção e Correlatas do Estado do Acre (Sincon), Senai e Sebrae.

George Dobré, cujos móveis e peças de decoração produzidos com madeira certificada e resíduos de manejo florestal na IIba já foram premiados pela revista Casa Cláudia, acredita que o grande desafio da MEI no Estado é cultural. “Não é técnico nem tecnológico. O 1º desafio é sensibilizar o empresário para que ele entenda como está ao alcance dele inovar. Não é uma coisa restrita a grandes empresas. A cultura de maneira geral do empresariado é relacionar a inovação à tecnologia, necessariamente”, opinou.

É o que reforça o instrutor do curso Carlos Augusto Caixeta, mestre em Inovação e Marketing de Vendas e professor da Fundação Dom Cabral, de MG. Segundo ele, é preciso desmitificar o conceito de inovação que, para muitos empresários, está restrito somente a algo mirabolante, que ainda não existe e que requeira altos investimentos. “Em verdade, a inovação tem caráter de incrementar valor continuamente a produtos, processos, serviços e negócios. É melhorar o que já existe ou romper com o passado, adotando novos modelos de gestão, processos, e assim por diante”, explicou.

Na capacitação, o assunto é tratado de maneira dinâmica, estimulando os participantes a pensar na melhor forma de entender como a inovação pode fazer parte de seu negócio. Além de diferenciar inovação de “criatividade” e “invenção”, que, segundo Caixeta, são bem diferentes uns dos outros. “A idéia é também compartilhar boas experiências e sairmos daqui com um roteiro de implementação de um conjunto de ações inovadoras para as suas empresas”.
Segundo dados da CNI, até o momento já participaram da primeira fase da MEI, que envolve eventos de sensibilização para inovação, quase 200 empresas em diversos estados e no Distrito Federal. O convênio prevê a sensibilização de 18 mil empresas, capacitação 9 mil empresários e executivos, elaboração de 3.600 planos e implementação, de, no mínino, 3 mil planos de inovação. Também prevê a elaboração de mais de 2 mil projetos de inovação. (Ascom Fieac)

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