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“O bom é belo”

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
20/01/2012 - 04:25
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Lê-se por aí que a Estética como ciência filosófica faz parte essencial da teoria de valores ou da axiologia, isto é, a análise de  ideias tais como beleza, gosto e arte. Essa coisa de beleza, gosto e arte tem muito a ver com o termo cultura. Esta é interpretada ou caracterizada nos dias de hoje pelas artes, hábitos e comportamentos de um grupo social. No século XIX,  Matthew Arnold, poeta e crítico inglês, já descrevia a cultura como um ato normativo de nos familiarizarmos com o melhor do que era conhecido e dito no mundo. Assim entendemos cultura como a cultivação do melhor e mais esplêndido, dos ideais mais sublimes em termos de gosto e refinamento, das coisas boas com as quais se espera estar associado: livros bons, companhia boa, roupas boas, música boa, teatro bom, etc.

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 Essa arte que eleva a alma e aguça os sentidos do homem  é uma tese platônica decantando que o belo é autônomo na sua essência e no seu fim, reaparece no século XVIII, notadamente com Alexander Baumgarten (1714-1762). Com base na opinião do fundador da Estética, a Arte fundamenta-se sobre representações mentais sensuais e vinculadas aos sentimentos. Baumgarten definiu o Belo como a perfeição do conhecimento sensível, e dividiu a Estética em duas partes: a teórica, onde estuda as condições do conhecimento sensível que corresponde à beleza, e a Prática, na qual, ocupando-se da criação poética, chega a esboçar uma espécie de lógica da imaginação, que contém princípios necessários à formação do gosto e da capacidade artística. De posse desse conceito, Baumgarten, dizem as más línguas, corava diante da ideia de seus leitores limitarem  a sua Estética em estátuas. A partir daí, a reflexão filosófica em torno da Arte derivou para uma ciência que fez da apreciação da Beleza o seu tema fundamental.

Na contramão desse culto hierárquico da beleza, eis que atualmente, alimentado pelos meios de comunicação moderna, vivemos a beleza objetiva, convencionada de cultura popular. Ocorre que a cultura popular contemporânea raramente se preocupa com o que é bom. Entenda-se por “cultura popular” aquela que é vendida, pois que mais consumida, em alta escala. Esta cultura atrai às massas e não requer alto grau de sofisticação intelectual ou refinamento cultural. A cultura popular encontra seu ápice, atualmente, no entretenimento visual, especialmente, na televisão, vídeo games e nas novas formas da tecnocultura, tornando  ultrapassado tudo o que surgiu antes dela. Hoje a beleza é objetiva e as artes visuais encontram  na cidade, um terreno fértil para seu crescimento, diz-se por aí à boca miúda. Os grafiteiros ou pichadores que vivem a sujar  muros e paredes de locais públicos com desenhos ou figuras contes-tatórias ou obscenas estão incluídos neste novo contexto cultural. 

Diante desse quadro, valho-me de Juan Ortega y Gasset (1883-1955). Gasset em seu ensaio Desumanização da arte estuda as mudanças profundas que a arte experimenta em nossos dias. A arte atual é aquela que não existe, pois houve uma ruptura brutal com o passado, diz Gasset. Não poderia deixar de citar, do mesmo modo, a crítica de Theodor Adorno (1903-l969). Em Adorno, a cultura atual é a indústria cultural em  que os detentores do poder na sociedade, imporiam ou impõe através da mídia seus valores e modelos de comportamento, que seriam uniformizadores e bloqueariam a criatividade, via massificação e passividade do indivíduo, aceitando fins estabelecidos por outros.

O Big Brother é um exemplo crasso da tese de Adorno. Rende, por baixo, cerca de R$ 450 milhões à Rede Globo. Sem crédito nos EUA e prestes a acabar na Inglaterra, o Big Brother, cultura burlesca e idiota está aí pior e mais deformado dos que os anteriores, “desprezando normas e preceitos de estruturação preconcebidos, rejeitando modelos éticos, políticos, religiosos, que possam determinar previamente sua forma”, diria o próprio Adorno.

Todavia, vivemos a nos questionar sobre o que é o belo.  Anatole  France (1844-1924), ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1921, dizia que jamais conseguiremos saber por que motivo uma coisa é bela. O belo ou a  beleza  é indefinível, isto é não se pode mensurar a beleza.

Para os selvagens, há beleza nos lábios grossos e nas cicatrizes lívidas; o grego punha a beleza na mocidade ou na calma simetria da cultura; os romanos a viam na ordem, na sublimidade, no poder; a Renascença, na cor; em nossos tempos vemo-la na música e na dança. Por toda parte, em todas as épocas, as criaturas impressionam-se com o belo,  contudo, sem descobrir a sua natureza e o segredo de sua força.

Creio que a beleza inde-pende do  observador. Creio também, que a beleza, como a moral, varia geograficamente. Então, na minha observação, afirmo com plena convicção: O Big Brother, caro leitor, é  horrível e fere a estética. Muito feio. Pois se trata duma “cultura” nociva a toda gente. Sendo feio é mau, pois o bom é belo!

* Francisco Assis dos Santos é pesquisador  bibliográfico em Humanidades. E-mail: [email protected]
 

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