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O sentido real

Curiosidades satisfeitas à parte, as imagens dos índios isolados da tribo Mascho-Piro, habitantes do Parque Nacional de Manú, no sudeste peruano, devem ser vistas com cautela e preocupação. Por um motivo simples: vê-los é um sintoma de desequilíbrio ambiental e um fato consumado. Os Mascho-Piru estão acuados.

A exploração madeireira na Amazônia Peruana, feita praticamente sem controle, foi invadindo as regiões onde os isolados do Peru vi-viam. E entre garantir o insumo para a indústria madeireira e o respeito às populações não contatadas, os projetos de desenvolvimentos predatórios não têm dúvidas.

No limite, a fotografia, registrada pelas lentes da ONG Survival Inter-national faz com que sejam repensadas todas as formas de relações sociais e econômicas. Ver uma família de índios isolados exige, no mínimo, repensar sobre o que, de fato, é importante para se viver bem e com dignidade.

Proteger essas famílias é uma obrigação do Estado. O sentido de preservar a vida, a história e o tempo delas se fundamenta, em certa medida, em proteger uma parte da história da própria humanidade no seu estado mais cristalino. O contato, talvez, inevitável, deve acontecer quando eles assim o desejarem.

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