Aos menos 52 jacarés foram abatidos por caçadores na última quinzena deste mês nas reservas de desenvolvimento sustentáveis Amanã e Mamirauá (distantes de Manaus ao menos 600 km), segundo o Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas). De acordo com o instituto, alguns dos animais chegavam a ter quatro metros de comprimento.
A carne de jacaré está sendo utilizada nessa região da Amazônia como isca para a pesca da piracatinga – peixe da região amazônica – informou o Ipaam, que classificou a matança como “muito grave”. O número de jacarés mortos foi contabilizado através do resultado de carne do animal apreendida pelos fiscais durante operação, um total de 481 quilos.
A operação aconteceu entre os dias 9 e 20 de março em afluentes do rio Solimões. Dentro de embarcações abordadas, os fiscais encontraram também 4 tracajás vivos – espécie de quelônio-, 7 macacos e 3 veados, todos mortos, 900 quilos de pescado, além de armas e munições.
Ninguém foi preso. Multas equivalentes a R$ 45,1 mil foram lavradas para 6 pessoas, que não tiveram os nomes divulgados pelo instituto.
ISCAS – Segundo o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), pescadores brasileiros e colombianos utilizam as carnes de jacarés e botos como iscas para capturar no rio Solimões a piracatinga, que depois é contrabandeada para os países vizinhos. As espécies mais visadas pelos criminosos são o boto-vermelho (Inia geoffrensis) e o jacaré-açu (Melanosuchus niger), que estão ameaçadas de extinção.