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Oposição se fortalece e será maioria na Câmara de Rio Branco

A saída do PRP e do PP da Frente Popular (FPA) trará muitos problemas para o prefeito Raimundo Angelim. Depois de muitos anos, a oposição terá maioria na Câmara de Rio Branco, colocando em risco, a aprovação de muitos projetos que se-riam de interesse do Executivo Municipal.

Para se ter uma ideia do que isso significa, a oposição antes era formada apenas por quatro vereadores, agora pode ter oito. O primeiro a sair da situação foi o vereador Manoel Cabide (PTC), reclamando falta de diálogo com dirigentes da FPA.
Depois foi a vez do vereador Alysson Bestene (PP), seguindo orientação da direção do seu partido que decidiu sair da Frente Popular. O presidente da Casa, Juracy Nogueira, que também é do PP, mantém uma postura de fidelidade ao prefeito Raimundo Angelim.

Com seis vereadores, a oposição quase consegue atrapalhar os planos do prefeito em aprovar o Orçamento 2012, na última sessão de 2011, realizada em dezembro. Foi preciso o voto do vereador Luiz Anute (PPS) para conseguir a votação necessária.

Há poucos dias, um projeto que pedia autorização para um empréstimo junto à Caixa Econômica Federal foi rejeitado. O prefeito Raimundo Angelim não conseguiu os votos necessários e terá que buscar alternativas para conseguir os recursos para contrapartida em obras do Governo Federal.

A situação ficou pior com o anúncio feito pelo vereador Elias Campos (PRP), na manhã da última sexta-feira, 30, durante evento de apoio do PP e do PRP à pré-candidatura de Tião Bocalom à Prefeitura de Rio Branco.

Ele anunciou sua saída da base de apoio ao prefeito Raimundo Angelim e disse que vai caminhar junto com seu partido, apoiando Tião Bocalom. “Vou seguir orientação do meu partido. A nossa população precisa de alguém que esteja mais perto dela. Tentei muito convencer o prefeito Angelim disso, mas não fui escutado. Não faço mais parte da base de apoio a ele na Câmara”, disse.

A mesma postura deve ser seguida pelo vereador Raimundo Vaz, que não participou do encontro, mas também pode caminhar junto com seu partido nas eleições de 2012, apoiando Tião Bocalom.

Agora a oposição, que antes tinha apenas Rodrigo Pinto (PMDB), Francisco Vieira (PPS), Luiz Anute (PPS), Manoel Cabide (PTC) e Alonso Andrade (PSDB), contará com os votos de Alysson Bestene (PP), que já vinha votando com a oposição, Elias Campos e Raimundo Vaz, ambos do PRP.

Já a base de apoio ao prefeito Raimundo Angelim terá apenas cinco votos: Aria-ne Cadaxo (PCdoB), Ricardo Araújo (PT), Gabriel Forneck (PT), Marcelo Jucá (PSB) e Roger Correa (PSB).

Com isso, a aprovação de projetos que precisam de maioria absoluta dos votos, no caso oito votos, ficará comprometida, o que pode atrapalhar os planos do prefeito Raimundo Angelim para seu último ano de mandato.

Por outro lado, a oposição poderá aprovar projetos e requerimentos de seu interesse, como a convocação de secretários e até a instalação de CPI para investigar a aplicação de recursos.

“Vou manter a mesma postura”, afirma Juracy Nogueira
O presidente da Câmara de Rio Branco, vereador Juracy Nogueira (PP) também participou do ato de apoio do seu partido à pré-candidatura de Tião Bocalom à Prefeitura de Rio Branco, mas disse que no Legislativo Municipal vai continuar sendo fiel ao prefeito Raimundo Angelim.

“Fui eleito vereador pela Frente Popular. Para ser presidente da Casa, contei com apoio também dos meus colegas vereadores da aliança. Vou caminhar com meu partido, mas quero continuar com a mesma postura na Câmara. Tenho respeito pelo prefeito Raimundo Angelim, que considero honesto e um homem de bem”, revelou.

Respeitado pelos seus colegas parlamentares e pelos dirigentes do seu partido e, sem voto na Câmara, pois é presidente, Juracy Nogueira deve ter sua decisão respeitada pelo PP.

Ele está adotando a mesma postura do presidente da Aleac, deputado Élson Santiago e da deputada estadual Maria Antônia, que mesmo com a saída do PP da Frente Popular, se mantém fiel ao projeto pelo qual foram eleitos.

PRP pode perder os dois deputados estaduais
Se o vereador Elias Campos e provavelmente Raimundo Vaz, decidiram seguir com o PRP na saída da Frente Popular do Acre, os 2 deputados da sigla, Astério Moreira e Lira Morais, devem trilhar caminhos diferentes.

Os dois anunciaram que vão fazer uma consulta ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para sair do partido, sem risco de perder o mandato. Dirigentes do PRP afirmam que vão jogar duro contra os dois.

Astério e Lira tem se mantido fiel ao governador Tião Viana na Aleac. O primeiro, inclusive, é cotado para ser líder do governo na Casa. Eles não conseguem um entendimento com  o presidente regional do partido, Júlio César, o “Julinho”, e já foram até a executiva nacional da sigla para pedir o retorno à Frente Popular.

Lira Morais, que era líder do partido na Casa, já entregou a liderança. A saída dos dois do PRP é dada como certa, faltando apenas a segurança jurídica para que seus mandatos não sejam comprometidos.

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