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“A Frente Popular é uma página virada para o PP”, diz Gladson Cameli

 A decisão do Partido Progressista (PP) de sair da Frente Popular do Acre (FPA) e caminhar junto com a oposição, criou certa expectativa no meio político. Caminharia o PP com PSDB, PMDB ou teria uma candidatura própria à Prefeitura de Rio Branco, atuando como uma terceira via.

 Grande responsável pela saída do PP da Frente Popular, o deputado federal Gladson Cameli conversou com lideranças de vários partidos e fez questão de convidar dirigentes e filiados do partido para tomar uma decisão em conjunto.

 Em entrevista ao jornal A GAZETA ele fala sobre seu relacionamento com lideranças da Frente Popular, sobre a postura do PP nas próximas eleições e sobre seu futuro político.

 Cameli também faz um resumo de seu trabalho à frente da Comissão da Amazônia, afirmando que deixa a coordenação com o sentimento de “dever cumprido”. Confira a entrevista:

A GAZETA – O senhor e o seu partido, o PP, estão atualmente no centro das discussões em torno das próximas eleições. O fato de ter deixado a Frente Popular e aderido as fileiras da oposição valorizou mais o PP?

Gladson – Acredito que um partido que tem milhões de filiados em todo país, e foi, proporcionalmente a sigla que mais filiou pessoas em 2011, somando mais de mil novos progressista no nosso estado, deve ser respeitado por todos que compõem o cenário que se monta para as eleições municipais. O PP, além de ter história e ser um dos maiores partidos do Brasil e do Acre, sempre manteve-se leal aos seus parceiros. Temos hoje uma estrutura partidária construída na base de vários serviços prestados à sociedade acreana, basta resgatar a nossa história e então vereamos que as conquistas do Acre de ontem e de hoje têm a participação efetiva dos progressistas.

A GAZETA – A decisão do PP em apoiar a candidatura de Tião Bocalom (PSDB) não criará problemas com o PMDB, de Fernando Melo?

Gladson – Certamente que não, pois mesmo sendo o presidente do Diretório Estadual e deputado federal do PP, não tenho o direito de tomar decisões monocraticamente. Para apoiar Bocalom, ouvimos todos os presidentes dos 22 diretórios municipais e os pré-candidatos a vereador pelo PP. Não tenho o direito, mesmo admirando o Fernando Melo como um excelente gestor e uma pessoa humilde e trabalhadora, de ir contra a decisão e opinião da maioria. Esse foi um dos compromissos que assumi ao me tornar presidente do PP: ser democrático e fazer valer a decisão da maioria.

A GAZETA – Como é a sua relação atualmente com a FPA e seus dirigentes?

Gladson – Uma relação institucional, baseada no respeito que devemos ter pelas autoridades. Quanto a relação política, a Frente Popular é uma pagina virada na história do PP.

A GAZETA – Gladson Cameli é um nome que soa em várias conversas políticas como pré-candidato a cargos majoritários em 2014. Existe mesmo a ideia de uma candidatura ao Senado ou ao Governo do Estado?

Gladson – Veja bem, não podemos viver o presente antecipando um futuro que nem sabemos se chegará. O que tenho feito é trabalhado muito pelo Acre, e acredito que nossos ideais sempre serão motivados com base no que for melhor para o povo acreano. Tenho hoje, no segundo mandato, mais de R$ 50 milhões em emendas voltadas para o nosso estado, e isso é fruto de um mandato participativo, que não vem sendo feito somente com as minhas idéias, mas de todos aqueles que opinam sobre o que é melhor para cada município ou segmento da sociedade, independente de cores partidárias.

A GAZETA – O PP formalizou uma aliança com o PRP nas últimas semanas. Como será essa parceria para as eleições deste ano?
 
Gladson – Como todas as alianças que o PP fez ao longo de sua história, será baseada na lealdade, no trabalho e na força de uma unidade que vence todos os obstáculos. Queremos eleger o mais número de vereadores possíveis, e consolidar um projeto para o Acre como PRP e com todos que acreditam num futuro melhor para o nosso estado.

A GAZETA – O Acre foi vitimado por uma grande cheia este ano. Em Brasília, há um grande esforço para liberação de recursos para os municípios atingidos. Qual o seu papel nessa luta?

Gladson – Sempre tivemos disposição e vontade de trabalhar pelo nosso estado. Agora, com a situação que milhares de família enfrentaram e continuam enfrentando depois da cheia do rio Acre, ampliamos nossos esforços no Congresso Nacional, unimos a bancada, e fomos direto aos Ministérios e à Casa Civil para liberar o maior número de recursos possíveis.  Das minhas emendas, indiquei R$ 4,5 milhões. Os demais recursos somam mais de R$ 10 milhões enviados pelo Governo Federal. Também intensificamos as visitas ao Ministério das Cidades, através do nosso correligionário, Aguinaldo Ribeiro, para agilizar a liberação dos recursos de infraestrutura para vários municípios.

A GAZETA – Foi divulgado na imprensa que o senhor acionaria as agências reguladoras dos serviços de energia, telefonia, internet e aéreas, através de Ação Civil Pública para que prestassem melhor serviço à sociedade. Como está esta polêmica?

Gladson – O que acontece na verdade é que a sociedade está indignada, e eu, como representante da população no Congresso Nacional devo ser totalmente contra os abusos cometidos contra o consumidor acreano. Acredito que ações rigorosas devem ser executadas no estado do Acre para que serviços essenciais como energia, água, transporte e internet sejam levados à sociedade brasileira com preços justos e acessíveis. Por diversas vezes estive revindicando esses direitos junto as autoridades do Acre e em Brasília, realizando inclusive audiências na Câmara dos Deputados, na Comissão da Amazônia, com a Aneel, Anac e Anatel.

A GAZETA- O jornalista Cláudio Humberto destacou em sua coluna que o senhor está lutando para reduzir os preços das passagens para região Norte. Esse problema tem solução?

Gladson – Sim, pois estamos sendo vítimas de um abuso constante quando se trata da aviação aérea no Norte. Estamos chegando ao absurdo de pagar cerca de R$ 3.600,00 numa perna (uma passagem) para sair de Manaus para Rio Branco. Esses problemas são antigos, maltratam nossa população,que já é por demais humilde e nos coloca numa situação de desigualdades extrema já que o Acre é um estado pobre, economicamente falando, e precisa que as empresas aéreas compreendam isso. Estamos com uma audiência agendada com as empresas aéreas para acontecer este mês de abril na Comissão da Amazônia.

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