Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Infraestrutura em transporte coletivo

Estamos assistindo a uma série de transtornos causados pelos rodoferroviários com greves acidentes e outros incidentes pelo Brasil afora.

Causas políticas eleitoreiras como estão classificando alguns governantes e militantes políticos?

Na minha modesta opinião, algumas dessas greves podem ter uma pequena motivação dessa natureza, mas nem todas. Sabemos que alguns sindicatos exageram em suas reivindicações fazendo com que a população voltem contra os grevistas já que estes conhecem a real situação salarial e de benefícios recebido por eles.

Reivindicações à parte, a grande verdade disso tudo está na infraestrutura direcionada ao transporte público coletivo. Numa cidade como São Paulo – SP, a mais rica e populosa do país, a desculpa de que o estado e prefeitura não tem recurso para esse fim é uma grande mentira.

Existem recursos para o transporte público de São Paulo tanto na prefeitura quanto no estado. O grande gargalo está na incapacidade dos dois setores fazerem a gestão do negócio.

O dinheiro existe e está lá. Tanto existe que no ano de 2010 existiam 4 bilhões no estado para serem investidos no Metrô e foram investidos um pouco mais de 1,5 bilhões e o repasse prometido pela prefeitura, à época da eleição, acabou não se concretizando em tempo hábil por pura incompetência dos que ali estavam para realizá-lo.

A grande verdade é que não existem pessoas capacitadas para fazer Gestão. Os governantes e grande parte dos empresários, ainda não perceberam que a grande sacada para o negócio prosperar é ter um profissional qualificado para gerir o negócio.

Pois bem. O transporte público em São Paulo chegou ao ponto a que chegou por pura falta de gestão. Não sabem como direcionar a verba, não sabem dar prioridade, não planejam, não lançam editais com tempo hábil para determinada atividade e daí o atraso e muitas vezes até o cancelamento pelo prazo exíguo para execução.

O transporte público coletivo da cidade de São Paulo-SP vinha se degradando há décadas com um aumento absurdo de alternativos clandestinos feitas por vans e peruas kombi sem nenhuma segurança e muito menos critérios. Várias administrações se passaram e nada foi resolvido. Consequentemente o caos foi se instalando chegando quase ao insuportável tamanha quantidade de vans e similares parando aleatoriamente com os cobradores literalmente berrando o destino na disputa pelos passageiros.

A prefeita Martha Suplicy – PT, finalmente conseguiu fazer a gestão desse negócio e acabar com os alternativos, organizou cooperativas colocando micro ônibus em trajetos curtos e grandes nos trajetos mais longos organizando, assim, o setor que já não suportava e desordem.

Qual será a dificuldade de gestão? Porque ela, Martha, conseguiu e agora o atual, prefeitura/estado não conseguem?

O último acontecimento grave em São Paulo com o Metrô foi até inusitado para não dizer impossível de acontecer. Digo impossível por conhecimento de causa, por ter trabalhado lá durante 20 anos. Pura falta de investimento em manutenção. Placa com 30 anos de uso? Falta de placas não foi porque no dia seguinte foram trocadas todas. Descaso total. Falta de manutenção preventiva. Hoje só se faz a corretiva e a consequência é o desastre sempre sobre a população.    Por esse motivo escrevi logo no início dessa matéria que nem todas as paralisações são por motivação político/eleitoreiras. Querem melhoria salarial e de benefícios? Sim. Estão exagerando nos números? Pode ser. Mas o outro lado disso tudo é por motivos técnicos que eles vivenciam lá dentro e sabem o que pode acontecer a qualquer momento e não podem externá-lo por motivos óbvios.
Gostaria de deixar uma recado aos governantes que em política também se faz Gestão de Negócio e não somente gestão política. Recrutem um profis-sional para Gestão de Negócio no mercado de trabalho. Verão o resultado em um espaço de tempo inacreditável, se ninguém o boicotar, naturalmente.

www.naganuma.com.br
mn@naganuma.com.br
Twitter-@mtnaganuma>

Sair da versão mobile