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Perdas maiores

Que seria o ideal a exigência do diploma de curso superior para o ingresso na Polícia Civil ou em qualquer carreira não se discute. Entre o ideal e a realidade interpõem-se algumas questões a serem levadas em conta, antes de radicalizar posições, como vêm fazendo os policiais civis, com a decretação de uma greve no setor.

Uma das questões, no caso, é a de que com essa exigência se estará alijando centenas, milhares de jovens do ensino médio de ingressar neste serviço, o qual, a rigor, pode ser sim exercido com igual competência dos que possuem ensino superior, considerando que se trata de um serviço técnico. Pelo menos, na maioria das funções que compete à corporação.

Outro aspecto a se considerar é o de que os próprios membros atuais dessa polícia se beneficiaram do trabalho e empenho exercidos, no passado e mesmo atualmente, por pessoas que não possuíam diploma. Pretender agora alijá-los completamente de exercer as funções caracteriza-se como uma atitude egoísta, de soberba.

Fato é que o projeto do governo foi aprovado pela Assembleia Legislativa e, mesmo com a greve, não parece que a categoria terá forças de mobilização para modificá-lo.  A atitude mais correta e sensata seria a de continuar as negociações com o governo para fazer valer alguns pontos que interessam à categoria. A experiência tem demonstrado que radicalizar posições neste setor quase sempre redunda em perdas ainda maiores. Trata-se de um serviço público essencial e a sociedade saberá cobrar, no seu devido tempo.
   
 

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