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Cavalgada reúne 15 mil e feira mantém meta de R$ 120 milhões

De acordo com os organizadores da Expoacre 2012, 15 mil cavaleiros e amazonas participaram da cavalgada na abertura oficial da feira agropecuária. “Hoje é o dia do peão”, afirmou o governador Tião Viana momentos antes do início do evento. “Hoje, a Expoacre já se firma como o maior evento do gênero do Norte”.
Tião Viana: “a Expoacre já é o maior evento do setor agrícola da região Norte e retrata o perfil da nossa economia”. Na foto ao lado, um exemplar da qualidade do plantel acreano. Pecuária pequena em número, mas com boa qualidade
As 50 comitivas inscritas para a Cavalgada deram um tom especial ao evento. Organizadas e coloridas, elas têm boa estrutura e reúnem muita gente bonita.

O Governo do Acre mantém a meta de R$ 120 milhões no volume de negócios da edição deste ano. É o mesmo volume negociado na Expoacre ano passado. A prudência se deve ao ambiente de crise.

Clima bom
Com um sol radiante e uma leve brisa fria, o clima não poderia ser mais atrativo para os cavaleiros e amazonas. E valia tudo para aproveitar a festa: quadricículos, cavalos, charretes, ou simplesmente acompanhar a passagem das comitivas na calçada mesmo.
O balonismo também deu colorido especial ao evento
Os tradicionais berrantes são uma espécie de ícones dos eventos country
Governo quer manter meta de R$ 120 milhões em volume de negócios
Com o lema “Você produz. O Acre vê”, a Expoacre 2012 começou neste sábado, 21, com a tradicional cavalgada, e segue com vasta programação até o próximo domingo, 29. O slogan traduz bem a intenção dos organizadores: massificar a ideia da feira como uma vitrine do setor produtivo.

“Atualmente, é praticamente impossível um empreendedor do setor agropecuário, e até do setor de serviços, ignorar a feira”, avalia Dudé Lima, um dos organizadores da Expoacre 2012. “Ela é a cara do Acre”.

De acordo com Dudé, a meta do Governo do Acre é manter em R$ 120 milhões o volume de negócios movimentados na feira agropecuária. Na contabilidade, incluem-se os convênios firmados entre as instituições públicas.

“O governador Tião Viana consolida e ideia de fazer da Expoacre uma feira para realização de negócios”, conceitua o promotor do evento. Dudé Lima ressalta que praticamente todos os serviços do Governo serão apresentados na feira. “Além do circuito Barretos de Rodeio, os shows, e o espaço dedicado à indústria”, destaca.

Manter a meta de R$ 120 milhões é um indicativo de cautela por parte do Governo do Acre. Os gestores sabem do risco de aumentar a expectativa na geração de negó-cios em um cenário de crise. Caso ultrapasse a meta, os dividendos políticos podem ser melhor ampliados.

Este ano, a feira vai ter seis mil metros quadrados de área coberta com os principais eventos sendo transmitidos ao vivo pela TV Aldeia e Rádio Aldeia FM, além das principais emissoras locais de TV e rádio, que também já estão com estúdios montados no parque.

Outro destaque do promotor do evento Dudé Lima é um desafio ainda não alcançado em relação ao Parque de Exposições Marechal Castelo Branco: transformar o espaço em um local de uso permanente. “O governador está investindo para dar mais conforto ao usuário, com construção de redes de drenagens de água e meio-fio”.
Este ano, provas não serão divididas em duas etapas
Expoacre recebe pela 2ª vez Circuito de Barretos
Pela segunda vez, a arena de shows e rodeios da Expoa-cre recebe o Circuito Barretos. Todas as modalidades do rodeio serão organiza-das pelo grupo que comanda a maior Festa do Peão de Boiadeiro junto com as entidades locais.

O diretor de Rodeio do grupo “Os Independentes” de Barretos, Marcos Abud, disse que este ano as provas não serão divididas por etapa estadual e nacional. “Ficou decido que não teremos mais separações. Vamos fazer uma etapa só, que será Etapa Barretos Rio Branco”, comentou.

A arena de shows e rodeios vai receber o melhor do cenário nacional.  A presença do campeão mundial de montaria em touros, Silvano Alves, e da Keyla Polizello, pentacampeã no Circuito Barretos, garante mais emoção às provas.

Deste domingo a terça, serão realizadas as provas do laço, team penning e tambor com sete categorias – kids, principiante, Junior, jovem, feminino 1D e 2D e aberta.

A premiação em dinheiro é um dos itens que atrai os competidores. Este ano a disputa do rodeio também classifica os vencedores para competir em Barretos à etapa internacional. (Agência de Notícias do Acre)

Malharias dobram turnos para dar conta da demanda
As poucas malharias de Rio Branco têm que dobrar turno para poder atender às demandas. No bairro Nova Esperança, a Stágio Confecções emprega 45 funcionários em dois espaços de trabalho.

Alguns funcionários foram contratados temporariamente para atender aos pedidos da Expoacre. Há 40 dias, o empresário Luiz Carlos Guimarães abasteceu a pequena indústria com insumos necessários para confeccionar as blusas que vão vestir oito comitivas.

“Todo ano temos que investir em maquinários para dar conta de atender os pedidos”, afirmou Guimarães.

Mercado country já tem público para o ano inteiro
Shows musicais, baladas com motivos rurais, rodeios. A agenda já preenche todo calendário do ano. Mas, é a Expoacre o principal cenário que desperta um mercado milionário que, muitas vezes, passa despercebido.

No Acre, o consumo de produtos country já se mantém aquecido ao longo de todo ano. Com intensa agenda de shows de cantores sertanejos, atividades do Galpão Modelo e agressiva presença na mídia, o mercado milionário mostra diversas faces e a Expoacre expressa de modo muito especial esse universo.

Em Rio Branco, as lojas do setor já renovaram o estoque há quase dois meses. São botas, calças, blusas, cintos, fivelas. Vale tudo para ficar parecido com os peões de boiadeiro. Há visuais para todos os bolsos. Uma das lojas mais badaladas do ramo é a Del Corso, com sede no Segundo Distrito.

No mercado há 15 anos, a Del Corso entrou no setor para atender ao comércio de produtos agropecuários. O tempo foi passando e hoje a maior parte da loja é dedicada ao “fashion country”.

Os insumos agropecuá-rios também estão lá. Mas, a maior parte dos consumidores que estavam lá nas últimas semanas nem sabiam muito bem para que serviam aqueles produtos. “Agora, as pessoas querem ficar bonitas com produtos country, mesmo na cidade”, afirma a proprietária da loja Gabriela Del Corso.

Uma das vedetes deste ano é uma bota beneficiada no Brasil com insumo importado. Confeccionada em couro de elefante, a bota custa exatos R$ 1.092. Um acessório que serve para embelezar cowgirls muito especiais.

Expoacre 2012 é estratégica para suinocultura

ITAAN ARRUDA
A edição 2012 da Expoacre vai funcionar como uma vitrine para a suinocultura. Em todo país, o setor passa por uma crise sistêmica. Aqui no Acre, a produção é inci-piente. Praticamente, não existe em média escala. O que conta a favor porque amplia cenário de crescimento.

Governo, iniciativa privada e pequenos produtores organizam estratégias em duas grandes frentes de trabalho: uma delas prioriza o aquecimento do mercado interno. A outra mira em mercados que transitam do norte do Chile à Venezuela.

“Sem dúvida, a Expoacre vai ser muito importante para demonstrar a viabilidade econômica da suinocultura aqui na região”, estima o secretário de Estado de Agropecuária, Lourival Marques.

O Governo do Acre trabalha com a possibilidade de construir, em parceria com o setor privado, um frigorífico certificado pelo Ministério da Agricultura na cidade de Brasiléia até o fim do ano que vem. A planta inicial do frigorífico está orçada em R$ 7 milhões.

Mercado interno
A Cooperativa de Suinocultores do Acre (Suinac) é a única do Estado. E reúne apenas 47 cooperados. O presidente da instituição, Tommaso Solito, avalia que o mercado externo tem evidentes atrativos. Mas, é cauteloso. “Para a cooperativa, a prioridade é o mercado interno”, informa.
Duroc, largewhite, pietran, landrace fazem parte da genética básica. Plantel acreano ainda não tem produtores qualificados e a genética é ruim
“O Acre precisa conhecer os benefícios de consumir carne suína”, sugere Solito. “Temos muito trabalho a fazer, sobretudo quanto à formação, à educação de uma geração que não sabe os bens que existem em se consumir esse tipo de carne”. Os produtores cooperados na Suinac têm 550 matrizes (aproximadamente 11,8 mil suínos). Isso dá uma capacidade de, aproximadamente, 990 animais por mês.

O presidente da Suinac elege outra prioridade na estruturação da produção e comer-cialização da carne de porco. “O passo certo é a micro e a pequena empresa. Essa mania de grandeza que temos, às vezes, atrapalha”, diz Solito.

“Só a merenda escolar demandou recentemente cinco toneladas que deve abastecer 85 escolas”, contabiliza o presidente da Suinac. “Temos muito mercado para crescer. O cenário é bom, mas é preciso dar cada passo por vez”.

Qualificação do produtor, melhoria do plantel e formação de público consumidor. São três focos prioritários para a cooperativa.

“Suíno seguro” será apresentado na Feira
Durante a Expoacre, o secretário de Estado de Agropecuária, Lourival Marques, deve informar que o Acre recebe, nos próximos três meses, o resultado da sondagem feita pelo Ministério da Agricultura em relação à “peste suína”.

“Nos próximos 90 dias, temos a possibilidade de receber a certificação de Zona Livre da Peste Suína”, adiantou Marques. O momento é importante para receber esse documento porque demonstra que, nas questões sanitárias, o Acre tem um cenário saudável para quem quiser investir no setor. “é um documento tão importante quanto a da aftosa”, compara o secretário.

A Cooperativa de Suinocultores do Acre (Suinac) também aproveita a Expoacre para trabalhar o conceito do “suíno seguro”. A ideia é apresentar elementos que demonstrem que a carne de porco é saudável.

Palestras com médicos, produtores e médicos veterinários estão previstas para acontecer na feira agropecuá-ria para tentar “tirar os preconceitos que existem em relação ao consumo da carne de porco”, afirma o presidente da Cooperativa de Suinocultores do Acre, Tommaso Solito.

Parceria público-privada quer levar carne de porco resfriada até Venezuela
Parceria público-privada entre o Governo do Acre e a empresa Acre Aves viabiliza o projeto Dom Porquito. O investimento previsto varia de R$ 18 a 20 milhões e está, inicialmente, dividido em quatro fases.

A meta do sócio-proprietário Paulo Eduardo Santoyo é chegar em 2016 comercializando carne resfriada de suíno priorizando os seguintes mercados: Peru, Norte e Noroeste da Bolívia, Norte do Chile, Equador, Colômbia e Venezuela.
Em audiência com Tião Viana, produtores detalham ações para melhorar genética e qualificar produtores
O sistema de produção adotado pelo projeto Dom Porquito é semelhante ao que já é aplicado na Acre Aves: os produtores, por meio de uma coo-perativa, são sócios do em-preendimento, com participação direta na divisão dos lucros.

Os insumos para a produção na região do Vale do Alto Acre são garantidos pela empresa Agroceres PIC (Pig Impluvement Company). A empresa está há 30 anos no mercado e pertence à Genus, uma das maiores do mundo em genética animal.

A Acre Aves formou uma joint venture (um tipo de sociedade) com a Agroceres PIC. “A Agroceres deve entrar com a transferência de tecnologia, garantindo material genético e também fazendo o acompanhamento nutricional”, adiantou o sócio-proprietário da Acre Aves, Paulo Eduardo Santoyo.

Inicialmente, esse acompanhamento nutricional será rea-lizado em 65 propriedades do Alto Acre. A meta da parceria público-privada é fazer com que até setembro de 2013 o plantel estimado é de mil fêmeas. Possivelmente, da espécie camborough.

“A Expoacre vai mostrar as vantagens comparativas que o Estado tem”, afirma Santoyo. “Eu, por exemplo, consigo colocar, em Cuzco, carne resfriada de porco embalada à vácuo, o que empresas do Centro-Sul do país não conseguem”. O empresário, no entanto, ressalta que esse projeto deve ser implantado de maneira processual.

Venda de matrizes
O empresário também adiantou que o projeto Dom Porquito, em parceria com a Agroceres PIC, prevê a venda de sêmem para os países andinos. Perguntado se não estaria criando concorrentes, Santoyo assegurou que “precisa disseminar a cultura do consumo de uma carne saudável”.

“Sadia em crise?”
O empresário também assegura que os embutidos de porco são alternativas que podem ajudar a driblar a crise. “A crise instalada no setor é para quem produz. Ao que eu saiba, a Sadia não está em crise. Ou está?”, ironizou. “Eu não acredito que essa crise perdure. O setor já passou por problemas semelhantes e soube se superar”.

Categories: Acre Economia
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