“Se Antônia Lúcia for prefeita de Rio Branco, só fica o prédio quando ela sair. Se ela falsificou assinaturas em uma convenção, sumiu com documentos, o que não faria na prefeitura de uma cidade?”. O questionamento é do presidente do diretório municipal do PRTB, Antônio Gouveia, o ‘Tijolinho’. Ele denunciou a deputada federal e candidata a prefeita de Rio Branco, Antônia Lúcia, à Justiça Eleitoral, por falsidade ideológica. A denúncia que resultou na busca feita pela Polícia Federal na casa e escritório da deputada na última sexta-feira. A PF levou computadores, pen drivers, CDs e DVDs dos dois locais.
Ao lado da filha Maria de Fátima Gouveia, Tijolinho mostra os documentos que atestariam o ‘golpe’ de Antônia Lúcia, que lidera a coligação Movimento Democrático Trabalhista Cristão, com 5 partidos. Segundo Tijolinho, no dia 4 de julho foi ao escritório de Antônia Lúcia e lá assinou a listagem dos candidatos da coligação, que seria entregue ao Tribunal Regional Eleitoral. No dia 5 houve a convenção. Já no dia 10, quando foi ao TRE verificar o andamento da documentação, descobriu que a ata que ele assinou havia sido substituída por outra, onde não havia seu nome como candidato a vereador da Capital, e sim o da filha da deputada, Milena Câmara. E o mais grave: as assinaturas da listagem na ata, que deveriam ser dele e da filha como presidentes das executivas municipal e estadual do PRTB, haviam sido falsificadas.
“Nem precisa de exame técnico. Basta olhar que a pessoa vê a diferença da minha assinatura e da minha filha para essas duas. O erro é quase infantil”, declara Tijolinho.
Ele diz que espera agora que a Justiça Eleitoral casse todas as candidaturas da coligação de Antônia Lúcia, inclusive a dela como prefeita. Ele lamenta, ainda, o fato de Antônia Lúcia ter o apoio de igrejas evangélicas e agir como uma ‘pessoa sem fé e princípios cristãos’.
A filha de Tijolinho, Maria de Fátima Gouveia, conta ainda que até agora não entendeu como foi destituída do cargo de presidente do Diretório Estadual do PRTB e no lugar dela assumiu Milena Câmara, a filha de Antônia Lúcia. “Elas querem ser donas de todos os 5 partidos e usam de manobras escusas para isso”.
De acordo com o Código Penal, a pena para quem cometer falsidade ideológica pode chegar a 5 anos de reclusão. Tijolinho diz que acredita na Justiça, porque é a primeira vez que acontece uma barbaridade dessas no Acre. “Uma deputada federal, uma autoridade e ainda mais evangélica, falsificar assinaturas, sumir com atas, enganar. Isso não pode ficar assim, tem que ter justiça”, conclui Tijolinho.