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Reconquista

As eleições para escolha do futuro reitor da mais importante instituição científica da região foi triste. E foi triste não porque realizada em pleno período de greve, outra lamentável tristeza, tamanho o descompromisso do Governo Federal em não priorizar também a produção científica no país.

A tristeza percebida tem natureza mais densa. Já vai longe o tempo em que a escolha do reitor da Ufac transformava o campus. Era um caos tão vivo porque a universidade era um organismo em constante transformação. Hoje, a universidade parece ter perdido o encanto; se afastou do jovem e, constatação dramática, parece não ser mais referência de emancipação.

Nesse contexto, a greve é parte da história. Não pode ser responsabilizada pela apatia que se viu (exceção a uma contestação dos alunos feita no início da votação, mas que teve mais apelo midiático do que efetivo). Ao contrário, a realização das eleições na terça-feira foi acertada: a amea-ça de um interventor arrebenta com todo esforço e acúmulo em busca da autonomia.

O segundo turno das eleições polarizado entre Minoru Kimpara e Jonas Filho expõe uma evidência e uma crise. A evidência: nos próximos anos, a influência do Palácio Rio Branco nos rumos da universidade será muito mais direta por se tratar de velhos companheiros de partido. A crise: a formulação de um novo discurso sobre as ciências precisa reconquistar uma peça fundamental da engrenagem: o aluno.

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