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Governadores exigem mudanças no Pacto Federativo

Governadores de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Acre reivindicam alterações no Pacto Federativo, que estabelece, entre outras questões, diretrizes sobre o repasse de recursos entre União, estados e municípios. O assunto foi debatido durante do 2º Congresso Internacional de Direito Constitucional, realizado ontem em Cuiabá, e também está em discussão no Congresso Nacional.

Os principais temas incluídos nas discussões referentes ao Pacto Federativo envolvem o estabelecimento de critérios de distribuição do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE), reestruturação das dívidas dos Estados com a União, incentivos fiscais do ICMS e a distribuição dos royalties do petróleo.
O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), criticou a atuação do Governo Federal, que, em sua avaliação, “tem concentrado muito os recursos”. Como exemplo, citou a distribuição do FPE.

Silval Barbosa ressaltou ainda os prejuízos gerados no Estado resultante da falta de repasses da Lei Kandir. A previsão era que Mato Grosso recebesse R$ 207 milhões até o final do ano, sendo R$ 114 milhões somente no primeiro semestre do ano. Contudo, até o mês de julho, a União havia repassado apenas R$ 14 milhões.

Autor do requerimento para criação da Comissão Especial do Pacto Federativo, criada no Congresso Nacional em março deste ano, o senador mato-grossense Pedro Taques defendeu que sejam realizadas alterações na alíquota do ICMS e que a revisão do Pacto seja feita em conjunto com todos os estados.

Governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli ressaltou a necessidade de o Governo Federal ouvir os estados e tratá-los conforme suas realidades. “Também existem brasileiros no Centro-oeste. Queremos ser ouvidos. Queremos ter voz ativa e que o Congresso nos ouça, que a União nos ouça, porque interferências indevidas nos oneram e não nos dão dinheiro para as responsabilidades que nos incumbem”.

Governador do Acre, Tião Viana (PT) afirmou que muitos estados estão sendo “relegados a 2º plano” na agenda de desenvolvimento do Governo Federal. “Não há como negar que o Centro-oeste, a Amazônia e os estados do Nordeste são o grande vetor do século 21 para o desenvolvimento brasileiro, mas para isso é necessário que o pacto federativo seja revisto”.
Os trabalhos da Comissão Especial do Pacto Federativo deverão ser concluídos até 22 de setembro. No primeiro semestre, o fator de indexação das dívidas dos estados e as propostas para o fim da guerra fiscal dominaram os debates, já no segundo semestre serão debatidos as novas regras do FPE e a partilha dos royalties do petróleo. (Diário de Cuiabá)

Categories: POLÍTICA
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