* São mais de 4 da tarde e nada ainda, nenhum bandeiraço, que indique vitória deste ou daquele candidato.
* Aliás, os comentários ao longo do dia, sobretudo, nas redes sociais eram de que esta eleição transcorria diferente de outras.
* Pouco barulho nas ruas, só muito lixo deixado pelos candidatos.
* Sem muita conversa e delonga, o povo compareceu às urnas, votou e foi aproveitar o domingo.
* Muitos inclusive burlaram a Lei Seca; outros aproveitaram para almoçar e passear no shopping.
* Sem pesquisa de boca de urna, os militantes dos vários partidos evitavam arriscar prognósticos nas redes sociais.
* Nem os cabeças quentes e bocas sujas extravasaram nos xingamentos.
* A questão é que os candidatos e militantes é que superestimam as eleições.
* Para o povo, os eleitores é só mais uma eleição; depois outra e assim sucessivamente.
* De certeza mesmo é que, com segundo turno ou não, a primeira balsa partiu ontem à noite e aí não tem choro nem vela.
* Só o choro do surubim, o breu da noite, o pio agourento da coruja, o canto do gavião-seringueiro “vai cortar, vai cortar, vai cortar”.
* Inexorável, cruel, ela cumpre sua missão de conduzir os derrotados até Manacapuru.
* Nela se desfazem todos os sonhos, fantasias e promessas; de alguns, a arrogância, a prepotência.
* Nesta primeira balsa, duro mesmo vai ser aguentar de Rio Branco até Manacapuru, um percurso de 5 mil km pelos rios amazônicos, ouvindo:
* “é vinte, é vinte, é vinte”.
* Com o risco ainda de acontecer alguma sabotagem na balsa, como a Carminha fez com o barco do Max, na novela Avenida Brasil.
* Ou, então, ouvindo o Obama Castro, ops!, Leôncio Castro, com o dedo na tomada, gritar “sim, nós podemos.. .chegar até Manacapuru”.
* Só a Pequena Manteiguinha, com sua bela voz, para amenizar tantos sofrimentos, tantas agruras.
* E o Pirulito do Amor para adocicar tanta tristeza, amargura.
* Consta ainda que alguns militantes da facção Guerreiros da Mudança, na dúvida de que seu candidato, Fernando Melo, iria ou não para o segundo turno, chegaram atrasados para a partida da balsa.
* “Tá subindo ou tá descendo?”, perguntavam.
* “não vê que tá descendo, porra”, respondiam irados os demais ocupantes.
* Conhecido como Jacaré, de todos os desafortunados, Fernando Melo é que teria menos problemas de sobrevivência para enfrentar os perigos dos rios amazônicos.
* Outro problema que esta balsa não deveria ter é com segurança.
* São vários candidatos policiais para conter os amotinados.
* Agora falando sério, leitor, já que ainda não começou a apuração:
* Foi uma das eleições mais tranquilas que já se viu em Rio Branco.
* E isso é bom.