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Delivery nefasto

A prisão de sete integrantes de uma rede de aliciadores que alimentavam o crime de pedofilia em Rio Branco é uma conduta pedagógica apontada pela Polícia Civil. Em 2011, foram executadas 160 prisões por prática de pedofilia somente na Capital.

Sete criminosos atuavam em um sistema organizado, hierarquizado. Por telefone, eram acionados pelos clientes que faziam o “pedido”. Sabiam que teriam “a entrega” feita de forma discreta em local combinado: motéis ou em casas acima de qualquer suspeita.

Há casos de orgias. Algumas com adolescentes entre 14 e 18 anos. Raros são os casos em que os clientes exigiam garotas acima de 18 anos. O que, mesmo assim configura crime, devido ao agenciamento proibido.
Estima-se que os programas custavam entre R$ 50 e R$ 800. Não é exagero especular que quanto mais raro “o produto”, maior o preço.

Excluída toda e qualquer essência moralista, já está passando da hora de todos os cidadãos com o mínimo de decência se sentirem responsabilizados por isso. Quando uma adolescente se submete a um crime hediondo como o da pedofilia, é preciso reconhecer o grau de sordidez em que todos chafurdam.

Que sociedade é essa que erotiza precocemente a criança? Que sociedade é essa que se alimenta da pobreza ou da fragilidade psíquica típica da adolescência? A Polícia Civil precisa radicalizar a Operação Delivery e apresentar a cara dos corruptores. O constrangimento, nesse caso, ensina.

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