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Há 3 décadas no Estado, Morhan lutou pelos direitos de hansenianos

Morhan30No último mês, o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) completou 30 anos de fundação no Acre. O Morhan é uma entidade sem fins lucrativos. Suas atividades são voltadas para a eliminação da Hanseníase, através de atividades de conscientização e na construção de políticas públicas e eficazes na prevenção, tratamento, diagnóstico e reabilitação das pessoas atingidas pela hanseníase.

Roberto Santi foi coordenador do movimento durante oito anos e até hoje trabalha com as pessoas portadoras da hanseníase. Ele explicou que durante esses 30 anos, grandes problemas foram enfrentados. “A primeira decisão de formar o núcleo foi em 22 de setembro de 1982. O idealizador foi Francisco Bacural. Esse movimento veio para assumir a própria existência da vida e colaborar para melhorar a situação dos hansenianos. Durante esses anos, desenvolvemos uma luta grande. O nosso principal objetivo era de reunir as pessoas para discutir os problemas que eram enfrentados. Não foi fácil juntar as pessoas devido à mentalidade e o preconceito da sociedade. Os hansenianos por muito tempo perderam a liberdade. As pessoas se afastavam ao ver que a pessoa sofria da doença. Era humilhante e traumatizante. Com isso, eles achavam que não tinham direito de ter uma vida como qualquer ser humano”.

Apesar do grande preconceito existente na época, os hansenianos conseguiram vencer grandes batalhas. “Além de constituir o Morhan, que se tornou uma associação respeitada, lutamos por vários direitos. Criamos um programa de rádio na Difusora para que houvesse uma comunicação das famílias que foram separadas e de explicações sobre a doença aos portadores. Também realizávamos compras comunitárias para aqueles pacientes que não podiam se deslocar. Conseguimos passagem de ônibus para os que estavam em tratamento. Outra grande luta foi a aposentadoria dos hansenianos, grandes reivindicações foram realizadas até conseguirmos beneficiar os mais necessitados. Hoje, estamos realizando o DNA para que os filhos separados dos pais possam reencontrá-los”, disse Roberto.

O ex-coordenador do Morhan afirmou que seu maior presente foi ter ajudado quem estava passando por uma situação difícil. “A maior conquista foi a quebra da maior parte do preconceito. Aqui ainda existe sim, principalmente por aquelas pessoas que não participaram dessa discussão. Eles reconquistaram o direito de liberdade. Se a pessoa não se sente à vontade dentro da sociedade, a vida não é nada. O prêmio maior que fica na vida de uma pessoa não é um papel na parede, é aquele que vive dentro de quem você ajudou. O Morhan mostrou a consciência dos direitos e da dignidade dos hansenianos”, concluiu.

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