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Paiol de pólvora

É uma boa iniciativa sim esta dos deputados estaduais irem a Brasiléia para averiguar supostos maus-tratos que estariam sendo praticados pela polícia boliviana contra acreanos na fronteira. Contudo, não se pode esperar grandes resultados porque o problema é mais abrangente, não se resume apenas a casos isolados e por isso mesmo demanda o envolvimento dos governos dos dois países.

A questão maior que se vem observando é que com a melhoria da infraestrutura de transportes e dos meios de comunicação o intercâmbio entre o Acre e os dois países fronteiriços, Bolívia e Peru, cresceu em todos os sentidos, nos últimos anos.

Se aspectos positivos podem ser contabilizados desse intercâmbio, não se pode ignorar que há também problemas e problemas graves. Sobretudo, o tráfico de drogas que, no seu rastro, vem tudo o que não presta: a formação de quadrilhas ou cartéis, assaltos, a prostituição e até o tráfico de pessoas, como se tem denunciando na imigração de haitianos.

É a partir deste contexto que os problemas devem ser analisados para se chegar às soluções mais indicadas. Resolver um ou outro caso, como o deste mototaxista, pode atenuar o sofrimento de uma família. Contudo, não resolve o problema maior, que é um entendimento e medidas mais abrangentes por parte das autoridades  diplomáticas e de segurança dos dois países. E isso precisa ser feito logo antes que aquela fronteira se transforme em um paiol de pólvora.

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