Pode ser um fato isolado, mas pode também não ser a prisão de uma funcionária da Justiça, acusada de repassar informações sigilosas contidas em processos a traficantes de drogas. O caso em si causa preocupação e precisa ser apurado com todo rigor.
Foi assim que o tráfico e o crime organizado prosperaram e fincaram seus tentáculos em vários estados do país e se constituem, atualmente, um desafio para as polícias e a Justiça combatê-lo. Mesmo que seus chefes tenham sido presos e estejam inclusive cumprindo pena em penitenciárias de segurança máxima.
Justamente, por contratar e contar com a ajuda de servidores que se deixam corromper com o dinheiro fácil é que essas organizações criminosas e seus chefões se mantêm atuantes, porque têm acesso a informações privilegiadas das investigações policiais em curso. E, como se viu neste caso, até mesmo dos autos que tramitam nas várias instâncias do Judiciário.
Tudo isso parece distante de um estado ainda pequeno como o Acre, mas não é. Localizado na fronteira com os dois países maiores produtores de drogas, o narcotráfico será sempre uma séria ameaça ou para fazê-lo de “corredor” das drogas ou mesmo para abrigar seus operadores. Com a abertura de rodovias e aeroportos essas facilidades aumentam.
Daí a necessidade uma atenção redobrada das várias polícias para prevenir e combater essas organizações que, a cada dia, reinventam seus métodos de atuação, passando a operar dentro da própria Justiça.