Como se divulgou ontem, o Superior Tribunal de Justiça negou liminar que pedia a revogação das prisões dos pecuaristas Assuero Veronez e Adálio Cordeiro, em mais um capítulo da chamada Operação Delivery que tem suscitado tantos sobressaltos e polêmica na sociedade.
Ao contrário do que apostavam advogados e alguns segmentos, que davam como certa a revogação das prisões dos dois acusados, a decisão do STJ só vem agravar sua situação, já que se encontram foragidos, e reforçar o entendimento da polícia e do Ministério Público sobre a procedência das investigações de uma rede de exploração sexual que vinha atuando há mais de uma década no Estado.
Além dos aspectos jurídicos, essa decisão de uma instância superior da Justiça reforça ainda mais a necessidade de a sociedade fazer uma profunda reflexão sobre o que existe por detrás dessa realidade que foi levantada, com detalhes, pela polícia e pelo Ministério Público da exploração sexual de adolescentes ou mesmo de mulheres já adultas.
Como foi divulgado, tratava-se de uma rede de exploração com seus diversos agentes devidamente caracterizados, onde a exploração sexual era a moeda de troca. E sobre este aspecto não há como uma sociedade contemporizar ou transigir, mesmo dando o amplo de direito de defesa dos acusados. Ou, então, sem moralismos, todos os demais valores se tornam relativos e podem ser jogados na cesta do lixo.