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Paiol de pólvora

A indignação contra essa barbárie ocorrida no começo da semana com presos brasileiros em um presídio de Cobija, na Bolívia, procede e deve ser externada com a devida ênfase, mas não pode se resumir só nisso. O problema é mais abrangente e como tal deve ser analisado pelas autoridades governamentais dos dois países.

Há algum tempo que se vem alertando que esta área de fronteira entre o Acre, Bolívia e Peru está se transformando em um paiol de pólvora. E a causa principal é o nar-cotráfico que traz no seu rastro tudo o que não presta: roubos e assaltos, o crime organizado, execuções, a prostituição, o tráfego de pessoas e agora essa selvageria dentro de um presídio, que resultou na morte de um brasileiro e o massacre de outros.

Os governos dos dois países sabem disso e é, a partir dessa consta-tação, que medidas devem ser tomadas, sobretudo no setor de segurança pública. De pouco ou nada valem atitudes revanchistas dos dois lados, como propõem alguns setores políticos, movidos por um patriotismo rastaquera.

O mais sensato e recomendável a se fazer é ainda aprofundar os acordos de cooperação entre os três países fronteiriços, que se vem fazendo há várias décadas, justamente para impedir que o narcotráfico se estabeleça na região, com graves conse-quências para todos os lados.

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