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Terra de ninguém

Mais uma vez surgem denúncias de que madeireiros peruanos estariam invadindo a fronteira do Acre, na Serra do Divisor, para extrair e contrabandear madeira-de-lei, criando desassossego às populações locais.

Algumas medidas já foram tomadas por parte das autoridades estaduais e federais, mas não parecem ter sido suficientes e capazes de conter a ação desses invasores que, aproveitando-se da ausência do Estado brasileiro ao longo da fronteira, entram e saem do país afrontando o princípio da soberania nacional e promovendo todo tipo de bandidagem, como se fosse terra de ninguém.

Aliás, não são só madeireiros. Aproveitando-se da desguarnição das fronteiras, o narcotráfico também vem agindo na região e não é à toa que, recentemente, as polícias desmantelaram uma organização criminosa que estava começando a fincar seus tentáculos aqui no Estado, apostando na proximidade com os países produtores de drogas.

Há anos, décadas que se vem insistindo sobre a necessidade de medidas mais abrangentes e rigorosas para guarnecer as fronteiras, por onde entra tudo o que não presta e que, em última instância, alimenta grande parcela da criminalidade.

As autoridades sabem disso, mas ainda não colocaram a segurança pública como uma das prioridades, que exige recursos humanos e técnicos mais substanciais. Fica o alerta, lembrando que, historicamente, quem se descuida de suas fronteiras acaba pagando um preço alto.

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