Como repórter deste matutino, tenho acompanhado as sessões na Aleac e percebo muitas discussões e uma efetividade meio que distante da rea-lidade. Parece que os assuntos colocados em questão nunca tem um encaminhamento certo. Se tiver, não há uma divulgação. Acredito que o apelo do deputado Wherles Rocha (PSDB) tem certo fundamento quando pede mais agilidades nas matérias a serem votadas. Percebo que os projetos dão entrada e o retorno se aprovados ou não ficam no vazio.
Outra questão que vejo, nos bastidores, que certos assuntos levados à tribuna, por alguns parlamentares, nem eles mesmo acreditam no que estão falando. Nas soluções dos problemas. Acredito que o parlamento brasileiro, em especial acreano, precisa acordar para assuntos mais pontuais como saúde, educação, segurança. O deputado Luís Tchê (PDT) expressou bem isso durante essa semana quando cobrou dos colegas mais empenho para discutir coisas relevantes.
Um fato que me deixa entristecido é o atrelamento dos parlamentares ao Executivo, aqui abro um parênteses e não estou me referindo a partidos que estejam no Poder Executivo, isso é geral, independente de época. O poder Legislativo deveria agir com maior independência. As votações deveriam acontecer, por exemplo, com base naquilo em que o parlamentar pensa e não o que o Executivo acredita ser. “Ah eu tenho que votar com a minha bancada”. Isso é vergonhoso. O deputado é pago e bem pago e pode sim discordar seja oposição ou situação, principalmente nas votações.
O voto em conjunto ele é deprimente, acredito, até para o parlamentar. Voltando aos requerimentos votados na sessão de quinta-feira, 14, de autoria do deputado Rocha (PSDB) mostrou tudo que eu explicitei aqui. Foram 12 votos contrários e apenas 3 a favor. Será que 12 deputados têm o mesmo pensamento? O parlamento não pode ser fixo em determinado lado. O parlamento é a representatividade do povo.
Quero ressaltar aqui que isto, posto neste artigo, não são críticas aos “nobres deputados” como sempre diz o presidente Élson Santiago (PEN), mas o desejo de um cidadão que imagina um parlamento mais preocupado com as questões sociais, com o que de fato interessa. Porque depois de 4 anos, meu amigo, todos são iguais. Quem tinha poder pode não ter mais.
É preciso despertar. Tem parlamentar que não abre a boca para ir à tribuna. Não faz um aparte. Não pede nem pela ordem! Acredito que o deputado tem que falar. Buscar a imprensa. Dizer o que pensa. Não chegar e sair como se nada tivesse acontecido. O mandato não é eterno. Nada é eterno!
JOSÉ PINHEIRO, jornalista da equipe de A GAZETA
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