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Não entenderam

Essas medidas anunciadas por autoridades de Brasília para regularizar a situação dos migrantes haitianos na fronteira com o Acre são necessárias diante do quadro de calamidade, mas, a rigor, não resolvem o problema. São apenas paliativas.

A impressão que se tem – e não é só impressão – é a de que as autoridades federais ainda não entenderam a extensão e a gravidade do problema. O envio de uma força tarefa para auxiliar na expedição de documentos aos migrantes poderá resolver a situação dos que já se encontram em território acreano por alguns dias, algumas semanas.

Porém, – e aí é que se coloca a questão maior – outros contingentes estarão e continuarão chegando, se medidas mais abrangentes não forem tomadas junto aos países vizinhos ou mesmo diante de organismos interna-cionais, como a OEA, a ONU e outros.

Como foi denunciado e comprovado, a vinda desses migrantes está sendo financiada por esquemas criminosos com a ação de atravessadores, os chamados coiotes e não se restringe mais a apenas a haitianos, mas de outros países africanos e até asiáticos.

Por isso mesmo, que o problema exige soluções mais radicais. Apenas fornecer e agilizar a expedição de documentos pode contribuir inclusive para alimentar esse esquema criminoso, pois, com certeza, o fluxo migratório não será interrompido.

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