O vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT/AC), disse em entrevista a Revista Carta Capital, que o Governo Federal precisa divulgar melhor suas ações e dialogar mais com as classes trabalhadoras. Para ele, o poder de decisão não deve depender, necessariamente, da presidenta Dilma Rousseff.
“Sinto o governo muito travado. Os ministros têm de falar mais. A presidenta Dilma até se soltou um pouco. Quero ver esses ministros. Sei o quanto é necessário descentralizar as decisões”, disse Jorge Viana.
Segundo o senador, o governo Dilma, diferente de outros governos, tem uma base aliada ampla, o que permite a governabilidade. Ele defendeu, ainda, uma reforma política e acrescentou que não se pode exigir fidelidade das alianças partidárias tendo em vista o quadro de partidos que se apresentam atualmente.
“Não é um casamento em que se escolhe a noiva. É um casamento arranjado. Quem escolhe a noiva são as circunstâncias. No sistema político brasileiro, os partidos são frágeis. O eleitor segue a votar em pessoas. Se Marina ganhasse a Presidência, penso no tipo de alianças que ela teria de fazer para governar”, pontua o senador petista.
Jorge ressalta, em trechos da entrevista, que a oposição no Brasil encontra-se falida e que atualmente busca em aliados do governo fortalecimento para uma disputa a Presidência da República. “Agora estão juntando restos da oposição, setores da mídia e aliados nossos. Esta ruptura pode ser o pior caminho”, referindo-se a uma possível candidatura de Eduardo Campos à presidência.
Ainda sobre as eleições de 2014, o parlamentar destacou que há um desentendimento dentro do PSDB que não consegue ser solucionado. “Não tem como pacificar o PSDB de São Paulo e o PSDB de Minas”. E acrescentou: “o sonho do PT é enfrentar o Aécio Neves, porque o Aécio é a expressão de um projeto que vencemos 3 vezes e não se renovou”.
Quanto a uma possível reeleição de Dilma, destaca que mesmo tendo aprovação popular, ainda é cedo para fazer apontamentos, mas frisou que Dilma será lembrada como a presidenta que reduziu os juros, que desonerou a cesta básica, além de reduzir a taxa de energia elétrica.
Jorge finalizou dizendo que os 40 milhões que ascenderam à classe média serão os responsáveis para que o país não retroceda, ou seja, que poderá garantir o projeto da presidenta Dilma por mais 4 anos. “O grande aliado do Brasil não andar para trás é o cidadão brasileiro. Os 40 milhões que viraram consumidores”.