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Assustador!

 O que vai neste artigo é, em 90%, uma repetição do que foi dito, por este articulista em outras oportunidades, com algumas ressalvas, porquanto nada mudou em relação ao tratamento dispensado às crianças que zan-zam por este Brasil afora. Aliás, em sã consciência, acho que piorou, e muito, a situação da criançada.  

 Qualquer pessoa, com um mínimo de bom senso pode constatar que as nossas crianças são hoje, portal para as mais cruéis maquinações do mundo do crime. Hoje, as casas de “recuperação”, estão repletas de crianças, adolescentes e jovens, que inegavelmente cometeram delitos hediondos e que já experimentam no inicio da vida, a mais vil degradação humana.  
O garoto, alcunhado de “menino bandido” pelos telejornais mais famosos, que assaltou aquela loja de conveniência, em São Paulo, sacou de um revólver e intimidou o atendente, com uma frieza digna dos asseclas de Al Capone, nos anos 30, em Chicago. Pergunta-se: Como é possível que uma criança com um caráter em formação, seja capaz de crimes tão perversos? Assustador!

 A partir desta realidade assustadora, faço uma breve ponderação temática conjugando os problemas que vitimam crianças, aqui e acolá.

 A primeira dificuldade no mundo de hoje, honestamente, é saber quando a criança deixa de ser criança ou pior, em que faixa etária ela deixa de ser criança. Seria 10, 12, 14? Não se sabe! Entretanto, em nome de alguns dados estatísticos recentes, diz-se por aí  que um terço das crianças dos países em desenvolvimento está sendo vítimas da cultura do “ficar.” Essa tal “onda” que atende também pelo nome de diversidade social globalizada tem arrastado a maioria das nossas crianças, meninos e meninas, ainda em tenra idade entre 9 a 14 anos, talvez mais ou menos, experimentar uma realidade sexual própria de adultos. Revelando, portanto, no dia-a-dia, a violência a que são submetidos seus corpos juvenis. No campo do abuso sexual contra crianças, a estatística é alarmante e estarrecedora: a cada 8 minutos, uma criança é violentada no Brasil.

 Um dos principais fatores que corrompem a alma da criança, passa pelos programas via televisão com suas programações pernósticas, indutoras de maus costumes e que, à luz notadamente do Ministério da Justiça são impróprios para menores. O problema se agrava a cada dia, mais e mais. A propósito, nunca é demais repetir, sem falso moralismo, que alguns programas televisivos não deveriam vir ao vídeo em horários em que as crianças ainda estão zanzando pela casa, já que trazem em seu bojo todos os ingredientes pornográficos que afrontam os bons costumes, ainda necessários na condução de famílias ajustadas socialmente.

 Pego carona nessa esteira para reiterar que as principais redes de informação instantâneas, se ressentem de razoabilidade mínima que seja. Vivem diariamente, provavelmente a peso de ouro, publicando tudo sobre “supostas celebridades.” Porque a Sato, a Sato… etc. e tal.  Quem é Sato?

 Pois bem, nesta semana, um desses veículos “avançadíssimos” disse  que a Maísa Silva, figurante da novela Carrossel, está mais madura. Senhores, sejamos razoáveis, em que planeta uma menina de 11 anos de idade já está “madura?” Pior: No mundo de hoje essas meninas a partir dos 10 anos, estão maduras para tudo. Para o sexo, inclusive!

 No Brasil, só para falar do nosso quintal, o  amadurecimento sexual contrariando a teoria do desenvolvimento humano de Jean Piaget chega mais cedo, de forma constrangedora ou “na marra”, como dizem por aí. Não é à toa que meninos e meninas estejam ficando sexualmente maduros aos quinze anos de idade. No Brasil já são 800 mil jovens parindo anualmente aumentado a cada dia o elevado índice de gravidez precoce. Meninas, entre 10 a 14 anos, estão parindo mais do que mulheres adultas, e nós estamos achando tudo isso normal.

 Muito, igualmente, poderia ser dito sobre as crianças que, constran-gidas pela fome e a miséria, praticam trabalhos forçados ou são, meninos e meninas, prostituídas a partir dos 9 anos idade.

 Esta breve reflexão, chama a atenção de homens e mulheres de bem, que se indignam com as injustiças sofridas, inconscientemente, pelas crianças. Investidas criminosas de um sistema iníquo que só pode ter sua origem no inferno; pois que, nestes novos tempos, repito, as crianças  são alvos principais de toda sorte de perversidades já vistas abaixo do firmamento.
Creio que se a sociedade em geral não tomar cuidados em relação às nossas crianças, criando projetos da mais ampla pesquisa sobre o assunto, o resultado será amargo em demasia.

E-mail: assisprof@yahoo.com.br

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