A medida do prefeito Marcus Alexandre, em instituir ou efetivar a Guarda Municipal é alvissareira por vir reforçar a segurança pública em Rio Branco, já que os altos índices de violência “endê-mica” diria Afif Domingos, vice-governador de São Paulo, que permeia o Brasil inteiro, chegou aos quatro cantos de nossa cidade. É esperançosa, notadamente, à luz do meu entendimento, pelas seguintes razões:
Primeira, porque as cidades, sejam aqui ou ali, refletem a angústia da sua gente, principalmente, pelo descaso, de quem de direito, na condução das prioridades que uma sociedade necessita. Há carência, de coisas mínimas, em todos os segmentos. Carências que se agigantam desaguando na fome e na miséria. Fome, miséria e dor, entre outros problemas insolúveis, que impele essa gente para as ruas no desejo desesperado de encontrar alguma solução, venham de onde vier. Assim as cidades vivem o caos: convivem em desordem e completa insegurança. Desordens públicas, demonstrações de revoltas que ocorrem diariamente. A liberdade tornou-se licenciosidade. A lei moral está em perigo de ser abandonada até pelos tribunais. No caso da Segurança Pública, as ruas de nossas cidades se transformaram em selvas de terrorismo, assaltos, estupros e morte. É o que repito sempre por aqui.
Segunda, nos ressentimos da presença policial nas ruas. Polícia nas esquinas de ruas e avenidas. Polícia infiltrada nos grandes aglomerados do Centro da cidade. Polícia em frente ás agências bancárias, nos shoppings, cinemas, etc. Polícia nas praças e outros logradouros públicos.
As praças do Centro da cidade, hoje renovadas e tão bem cuidadas pelo poder público municipal, estão carentes da presença da polícia. Em dias pretéritos, um professor de filosofia, recém-chegado a Rio Branco, ousou assentar-se num daqueles bancos confortáveis da praça Thomas Edson, ao lado da Biblioteca Pública. Ligou seu netbook e, absorto nas suas pesquisas, não percebeu que alguém com a velocidade dum Usain Bolt, chegou e tomou abruptamente o seu computador portátil, saindo em desabalada carreira, rumo à sua toca. Tudo isso em plena luz do dia, diriam os antigos. O mais cruel é que o jovem professor, atônito se dirigiu ao Quartel da Polícia Militar, localizada a 150 metros do ocorrido. Ao comunicar o fato, ouviu de um dos policiais: Ah, deve ter sido o Nêgo Bau. Ele é acostumado a roubar nesta praça (sic).
Com a Guarda Municipal, os meliantes sejam eles adultos ou juvenis, contumazes como o Nêgo Bau, ou não, saberiam que existe polícia no Centro da cidade, em qualquer canto, ou até mesmo nos bairros.
Terceira, uma Guarda Municipal com um quadro de 500 ou 600 homens e mulheres jovens, disposta ao cumprimento do dever, cabe bem por aqui. Rio Branco ainda é uma cidade pequena, por conseguinte de fácil acesso logístico. O lugar mais longe, em relação a Epaminondas Jacome, é o Aeroporto que pode se chegar, numa velocidade de 70 ou 80 km hora, em no máximo 25 minutos.
E mais: essa guarda não é para trocar tiros com bandidos, como acontece diariamente no Rio de Janeiro, onde é matar ou morrer! Essa guarda é uma sentinela, dia e noite, com os olhos abertos, municiada de aparelhos sofisticados, para em qualquer emergência mais drástica, fazer contato com a Polícia Militar ou outro segmento policial. Essa Guarda Municipal não precisa está armada de escopeta de última geração ou mesmo de “trabucos” (38), não! Vivemos num mundo de tecnologia de ponta. Existem “armas” de impacto que imobilizam uma pessoa, sem que seja necessário matá-la.
Então, a efetivação duma Guarda Municipal, por se tratar de uma necessidade premente, é bem-vinda. Afinal, uma cidade do porte de Rio Branco, com seus mais ou menos 400 mil habitantes, está inserida entre as capitais em que cabem bem medidas desse porte.
A atitude do prefeito Marcus Alexandre, faz com que não deixe morrer as esperanças do cidadão de Rio Branco, e por extensão do povo acreano em geral, de melhores dias, no campo da violência urbana.
E-mail:[email protected]