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Revolução Cultural no Acre

 O Estado do Acre, em especial a Capital, Rio Branco, passa por intensas transformações desde os últimos 12 anos. Tem-se uma nova cidade, avenidas, ruas, pontes, monumentos, prédios, teatros, restaurantes, hotéis, enfim, características de que a cidade mudou e, também, a vida, os costumes das pessoas. Os hábitos não são os mesmos, a mentalidade das pessoas deve mudar porque se tem um novo cenário que deve ser acompanhado por novas atitudes, novos comportamentos.
Nesse renascer da cidade, surgem os movimentos culturais. Antes só havia a Academia Acreana de Letras. Hoje,  há várias academias: Academia de Jornalismo e Letras do Estado do Acre; Academia dos Poe-tas Acreanos; Federação das Academias de Letras e Artes do Estado do Acre; Representação Distrital do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais; Sociedade dos Poetas do Barão – Escola Barão do Rio Branco; Sociedade dos Poetas da Boa União – Escola Boa União; Sociedade dos Poetas do Serafim – Escola Serafim Salgado; Sociedade dos Poetas do Plínio Brandão – Escola Plínio Brandão.

 Todas essas Academias e Sociedades mudam o perfil das pessoas da cidade, com valorização da cultura, poesia, artes, literatura. É um novo momento que vive o Acre, um renascer para as artes, a literatura, um incentivo às pessoas do lugar, aos intelectuais, estudantes e outros profissionais que desejam uma mudança de comportamento, a valorização da cultura amazônica, com raízes bem peculiares e diversas daquelas dos outros estados da Federação. E o grande mecenas disso tudo se chama Mauro D’Avila Modesto. Homem de imensa capacidade criadora, possuidor de incrível articulação no meio cultural, onde mobiliza adultos e crianças para o valor cultural do lugar, despertando o gosto e o prazer pela literatura, a poesia, as artes em geral.

 Assim, nesse reflorecer das artes, cultura, literatura, a Academia dos Poetas vem realizando Recitais de Poesias em espaços culturais privilegiados. Agora, os poetas se reunem no Museu da Justiça, am-biente histórico e encantador. A Academia realiza, todo final de mês, a tradicional RODA POÉTICA, uma iniciativa do poeta e acadêmico Mauro Modesto. Ele diz: “estamos dando um passo importante no processo de capacidade intelectual e ético das pessoas do lugar, melhorando a integração individual e so-cial dos estudantes e da sociedade acreana, em geral”. Ele define movimentos culturais como algo que envolve um grupo de pessoas com pensamentos parecidos, que se reúnem em torno de uma ideia ou paixão compartilhada e, geralmente, tentam proporcionar algum tipo de mudança para o bem-estar da vida e das pessoas do lugar. É homem que se assemelha a Galeazzo Maria Sforza (duque de Milão) e a  Francisco I (rei da França), Cosmo de Médici, que promoveram intensas mudanças culturais no mundo.

 Os mecenas eram ricos e poderosos comerciantes, príncipes, condes, bispos e banqueiros que financiavam e investiam na produção de arte como maneira de obter reconhecimento e prestígio na sociedade. Eles foram de extrema importância para o desenvolvimento das artes plásticas (escultura e pintura), literatura e arquitetura durante o período do Renascimento Cultural (séculos XV e XVI). Aqui, faz-se miter fazer resurgir essas figuras capazes de apoiar a arte, cultura, literatura.
Um movimento cultural é uma mudança significativa no modo como diferentes disciplinas (artísticas, científicas, filosóficas, etc.) encaram o seu trabalho. É, em grande medida, uma distinção artificial, uma vez que raramente existe uma quebra radical, deliberada e cons-ciente, antes as mudanças se processam lentamente e quase de forma inconsciente. E, no Acre, acontece esse fenômeno que a população não se deu conta, mas que começa a participar, ainda que de forma acanhada, mas com o ímpeto dos grandes movimentos que já aconteceram no mundo. E, aqui, nesse pedaço de Brasil algo novo, fantástico, fabuloso acontece pelo esforço e a genialidade do poeta Mauro D’Ávila Modesto, o “patriarca cultural do Acre”, homem de grande visão e enorme amor às artes, poesia, literatura.

 Tenho participado de seus projetos e vejo-os como o limiar de uma nova história para a literatura acreana. Agora, que a sociedade abrace esses projetos e deles faça renascer  a cultura regional, valorizando as artes, poesia, literatura, pintura, enfim, tudo aquilo que eleva a alma, o espírito e deixa uma memória viva às gerações futuras.

Categories: Luísa Lessa
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