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Grotesco

Se havia ainda alguma réstia de dúvida sobre a contaminação de ordem pessoal e política nesta Operação G-7, desencadeada pela Polícia Federal no Acre, com o amparo legal de uma desembargadora, ela se desfez por completo com a revelação desse episódio envolvendo o desem-bargador Pedro Ranzi e o senador da República, Jorge Viana.

Se por si só já se constitui em uma violação aos direitos dos dois personagens, como cidadãos e autoridades, uma prática, portanto, criminosa, revela-se, ao mesmo tempo, grotesco, pondo em suspeição tudo o que vinha sendo apresentado até agora como uma ação de estado para combater e punir atos ilícitos.

O que surpreende é que membros da mais alta corte da Justiça no Acre tenham respaldado e se valido de uma ação deletéria, de uma bisbilhotice policialesca, para respaldar decisões que acabaram por contaminar e comprometer por completo a lisura e o andamento de um processo judicial que se julgava sério. Aliás, a sessão do pleno do Tribunal de Justiça da última quarta-feira fala por si só.

Já se disse e vale repetir que a sociedade aprova e sempre apoiará tudo o que for feito para combater a ilicitude, a corrupção, o crime organizado. Mas não à revelia da Constituição, do Estado Democrático de Direito, com métodos que remontam aos anos mais virulentos da Ditadura Militar.

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