Nada como o clamor, a pressão das ruas para a classe política tomar decisões ou mesmo vergonha na cara. É o que se está assistindo nesses dias com o Congresso Nacional que, diante das manifestações e protestos populares que tomaram conta do país, passou a apreciar e votar matérias que estavam dormitando nas gavetas.
Uma delas, que mais apareceu inclusive nas manifestações, foi a rejeição da chamada PEC 37, que retirava do Ministério Público as prerrogativas de também realizar investigações e inquéritos, deixando apenas para as polícias, proposta por um deputado e que só interessava aos corruptos.
Mas não foi só isso. Pelo que se está vendo, de repente, os congressistas passaram a acelerar e apreciar outras matérias que vinham sendo constantemente procrastinadas, a mais importante delas, a reforma política.
Embora ainda em discussão, desta vez é de esperar que se faça uma reforma radical, visando, sobretudo, acabar com a corrupção e os privilégios da classe política, como vem sendo reivindicado a plenos pulmões nas ruas.
Juntamente com outras reivindicações mais concretas e imediatas, este seria um dos principais saldos positivos desse movimento que tomou conta do país. Por isso mesmo, a pressão popular deve continuar.