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“É o meu ponto de vista, e não aceito turista”

Venho acompanhando os discursos políticos nos últimos dias, seja na Aleac, nas ruas, nos encontros partidários, nas redes sociais e o que percebo, por parte de alguns, são exageros quanto à atuação de órgãos como a Polícia Federal, o Tribunal de Justiça do Acre, ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público. Certos discursos me fazem pensar que não estou mais no Brasil. No país que eu amo.

Não podemos generalizar as coisas. Não podemos criminalizar as instituições, satanizá-las. Não. Isso é baixo. É pequeno. Foge ao Estado Democrático de Direito. Digo isso sem nenhum vínculo partidário. Não preciso disso para viver. Mas o que me deixa entristecido é a tentativa de desconstruir o trabalho das instituições. Temos visto isso nos últimos dias.

Acredito que os mesmos desem-bargadores que atuam no caso G7, e não há como fugir do assunto em questão, precisamos enfrentá -lo de cabeça erguida, é que esses magistrados atuaram em casos importantes no Estado. O nosso Tribunal de Justiça mandou para a cadeia os envolvidos nos crimes referentes ao Esquadrão da Morte. Esses magistrados atuaram em casos como àquele referente à morte do médico Abib Cury e tantos e tantos outros casos…

Precisamos manter a serenidade no discurso. Deixar que a Justiça se encarregue de decidir os fatos. Deixar que a Justiça tome sua decisão, sem pressões sociais. Ouvi discurso que o Tribunal de Contas da União está sendo influenciado por partidos políticos. Um deputado da base governista confessou na tribuna da Aleac que não acredita nesta tese. Também não acredito, pelo seguinte motivo: o TCU é independente. Se detectado essa pressão deveria abrir um processo contra os ministros desse tribunal por tais ilegalidades.

Fui questionado, você defende a paralisação das obras? Eu disse sim. Se houver irregularidades, sim. É dinheiro público. O que deve ser feito apenas é uma celeridade no processo para que tão logo sejam esclarecidos os pontos que restam dúvidas e as obras continuem. Digo isso porque senão mandem fechar o TCU, o MPE, o STF. Se eles não podem atuar, de que servem?

Não tenho cor partidária, sou um jornalista. E como tal, tenho minha opinião formada para cada assunto. Não as exponho em minhas matérias. Não é salutar, não é admissível no bom jornalismo. Mas nos artigos, colunas e editoriais podemos sim expressar aquilo que pensamos, sem, claro, ferir a honra de ninguém. Mantendo sempre a ética e o respeito, valores aprendidos na família.

* JOSÉ PINHEIRO é  jornalista.
E-mail: jsp30acre@gmail.com

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