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A contaminação

São graves as declarações feitas pelo governador do Estado, Tião Viana, durante ato público realizado anteontem, de que o processo judicial da chamada Operação G-7 teria sofrido mudanças indevidas ao subir para instâncias superiores, em Brasília.

Essas afirmações só vêm a corroborar a preocupação e o temor que a sociedade vem alimentando desde o surgimento desta operação. Da contaminação de interesses pessoais e políticos que estariam por trás de uma operação espetaculosa que até agora só tem apresentado acusações vagas, genéricas, com bases em provas colhidas apenas por escutas telefônicas desconexas e, algumas, flagrantemente inconstitucionais.

À luz do Direito, não é desse modo que se faz investigações policiais, muito menos Justiça. Se há atos ilícitos, no caso malversação de recursos públicos, que se apresentem provas robustas, colhidas de acordo com a legislação, com total isenção. Só indícios e suspeitas não bastam.

O que se assistiu, por exemplo, há poucos dias, em uma das sessões do Tribunal de Justiça por si só já compromete o encaminhamento processual deste caso. Na ocasião, se viu de tudo. Menos decisões racionais e isentas de quem deveria zelar até mesmo pela compostura do cargo que exerce.

A sociedade quer e exige que o ilícito, o malfeito sejam investigados, julgados e punidos. Mas sem contaminação de qualquer tipo.

Categories: EDITORIAL
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