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Olhando a banda passar

O jornalista sempre está nas ruas. Sempre acompanhando o movimento, os fatos. E aí não há como não emitir opinião diante de certos fatos que acontecem no Acre e no Brasil, seja na política, na economia, na educação, enfim, o jornalista sente necessidade de colocar algum posicionamento.

Nesse sentido, me atearei às manifestações que tem sido deflagrada ultimamente em todo o país. Não as tinha acompanhado de perto, mas na última quinta-feira, 20, assistindo os telejornais pude constatar a gravidade que se tem alcançado essas manifestações. E, confesso que me causaram medo!

Recordo-me que na época em que Lula, Brizola e outras lideranças políticas e sindicais lutavam pela democracia no país. Tinha-se um foco. Um alvo específico. Ir às ruas e clamar pelo fim da corrupção é muito genérico. Poderia ser um fora Dil-ma? Poderia ser um fora Geraldo Al-ckmin?  Um fora Sérgio Cabral? Onde estão os verdadeiros casos de corrupção? Será que esses movimentos não já perderam seu controle? São questionamentos que faço.

Acredito ser perigoso para os poderes essas manifestações populares sem um fundamento. Sem um objetivo comum. E se aparecer um louco e tomar o poder? Anarquia não nos levará a nada. Ser contra o parlamento brasileiro é ser contra os próprios brasileiros. Por que o povo não responde nas urnas? Por que o povo, esse mesmo povo que vai às ruas, continuam vendendo seu voto?

O que houve foi uma insatisfação em São Paulo e aí começou a se criar um pensamento em todo o país. Acredito que não será por violência que se resolverá as questões do Brasil. No nosso país pode haver mazelas e sempre haverá em todas as nações. Não quero dizer que vivemos em um país justo e que aqui são mil maravilhas, não é.

Acredito também, que os sindicatos perderam a credibilidade do povo. O povo vê os sindicatos, alguns, não irei generalizar para não correr o risco de ser injusto, mas o povo não acredita na força sindical. Isso se comprova porque não há sindicatos liderando tais manifestações.

Finalizando, eu ainda acredito na política brasileira. Ainda acredito nos bons políticos. Me digam como fazer um governo sem o Legislativo? Me digam? Sinceramente, quem quiser ficar com um governo monocrático que fiquem. Temos as eleições onde podemos mudar. Que façamos pautas organizadas e não irmos para as ruas fazer manifestos sem expectativas.

* JOSÉ PINHEIRO é  jornalista.
E-mail: jsp30acre@gmail.com

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