A comunidade da Rua da Paz, no bairro Recanto dos Buritis, ficou chocada com o crime bárbaro cometido por um homem, apenas identificado pelos apelidos de ‘Riba’ ou ‘Pé de Boi’. Ele executou a dona de casa Alcilene Domingos de Moura, 27 anos, com um tiro de escopeta na cabeça.
De acordo com informações, o crime aconteceu na frente do marido da vítima, Claudio Balduino Silva, 37 anos, que é deficiente físico, e de seus 4 filhos, com idades de 3, 6, 8 e 11 anos.
Segundo informações, a motivação para o crime teria sido uma rixa entre uma vizinha de Alcilene Moura, conhecida pelo nome de ‘Fátima’, que teria preconceito pelo fato de Alcilene ser negra e casada com um deficiente físico. Todas as vezes em que ‘Fátima’ passava em frente da casa de Alcilene, ela chamaria a vizinha de “Preta imunda” e de “macaca casada com um aleijado imundo e que ainda põe filhos no mundo’.
 O suposto preconceito racista fez com que o casal denunciasse a vizinha na delegacia. O caso foi encaminhado para a Justiça e, na última sexta-feira, 13, deveria acontecer uma audiência entre as partes, só que a vizinha ‘Fátima’ decidiu não comparecer à audiência.
 No sábado, 14, Alcilene chegou em casa quando, mais uma vez, ‘Fátima’ teria passado e xingado a vizinha com palavras de preconceito racial. Revoltada, Alcilene teria dado um tapa em ‘Fátima’. No mesmo dia, ‘Fátima’ mandou chamar o irmão, ‘Riba’, também conhecido pelo apelido de ‘Pé de Boi’ que estava em uma Colônia, pois teria muitas passagens pela polícia e estaria foragido.
 Na noite desde domingo, 15, por volta das 20 horas, Alcilene, o marido e os filhos chegavam em casa quando “Riba” saiu da casa da irmã e teria falado para Alcilene “Vim cobrar o teu vacilo com minha irmã” em seguida apontou uma escopeta para a cabeça de Alcilene e efetuou o disparo. Mesmo deficiente físico Claudio Balduino ainda conseguiu sair da cadeira de rodas onde estava com dois filhos e saiu atrás do criminoso que entrou na casa da irmã e depois fugiu.
 Uma equipe de suporte avançado do SAMU foi acionada, mas ao chegar ao local não pode fazer nada pela vítima que teve morte instantânea.
 Guarnições da Polícia Militar realizaram buscas na região, mas não conseguiram prender o acusado que, segundo moradores, não saiu da casa da irmã que fica na mesma rua em que morava a vítima.
Filhos abraçados ao corpo da mãe choram e deixam a comunidade emocionada
 Desde o mais novo ao mais antigo dos militares, donas de casas, trabalhadores que aguardavam a chegada do IML para o resgate do corpo de Alcilene ficaram comovidos quando os quatro filhos da vítima, todos menores de idade, se abraçaram ao corpo da mãe pedindo que ela se levantasse da rua e fosse para casa.
 O pai das crianças e marido da vítima, Claudio Balduino, é uma pessoa bastante conhecida em Rio Branco. Por vários anos ele usava a cadeira de rodas para trabalhar fazendo propagadas de lojas e comércios, até um dia foi assaltado e teve o equipamento de som roubado.
 Desempregado e vivendo apenas de uma pequena aposentadoria de um salário mínimo, Claudio inventou uma nova forma de ganhar dinheiro e ajudar no orçamento familiar, ele passou a vender cartelas de um bingo e a mulher, Alcilene, depois de levar as crianças para a escola e creche saia nas ruas do bairro catando lata para vender, também ajudar no orçamento familiar e garantir o sustento dos quatro filhos.
“Eles eram pessoas pobres, mas uma família muito unida. Todos que passavam de manhã na frente da casa, a mulher oferecia café. As crianças ou estavam com a mãe em casa ou na escola. Meu coração tá partido ao ver essas crianças chorarem pedindo a mãe. E amanhã como será para esse homem trabalhar e fazer os filhos entenderem que a mãe não volta” indagou Raimundo Conceição, 48 anos, morador do bairro em lágrimas.
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