“Eu já tinha buscado ajuda em todos os lugares: na polícia, na assistência social, entre outros, e até decidira procurar até um psiquiatra, porque meu filho estava agressivo, rebelde, desobediente. Já não sabia mais o que fazer. Foi bênção de Deus esse projeto nas nossas vidas. Meu filho agora é outra pessoa”. O depoimento é de Kátia Cilene Barbosa, mãe de um dos guardas-mirins do 5º Batalhão da Polícia Militar.
Quarenta adolescentes entre 15 e 17 anos foram selecionados para a primeira etapa do projeto, mas podem participar alunos a partir dos 12 anos. A seleção foi feita em parceria com a Prefeitura de Rio Branco, por meio dos Centros de Referência e Assistência Social (Cras), e todos os jovens ou cumpriram algum tipo de medida educativa ou vivem em situação de risco social.
“Nós não queremos correr atrás de bandidos, queremos fortalecer e educar a sociedade. Queremos ajudar a formar cidadãos. Que vocês saiam desse curso sabendo respeitar pai e mãe, professores, os mais velhos, e possam contribuir com a nossa sociedade”, disse o comandante da Polícia Militar, coronel José Reis Anastácio. O projeto Guarda-Mirim já é desenvolvido do 2º e no 4º Batalhões.
Para o secretário de Segurança Pública, Ildor Reni Graebner, o projeto é uma oportunidade social para os jovens e uma forma de diminuir os riscos do contato com a violência e com as drogas.
O prefeito em exercício, Márcio Batista, ressaltou a importância do trabalho executado pela polícia. “É um trabalho que muda o comportamento, que educa as crianças sem repressão e que gera um conjunto de deveres relacionados com respeito e amor ao próximo”, disse.
Kellyn Karine da Costa tem 16 anos e foi selecionada para integrar a turma de guarda-mirim do 5º Batalhão. “Mudou minha rotina, estou aprendendo o que é certo e o que é errado. E cada dia é único, uma experiência inesquecível. Eu quero seguir carreira e no próximo ano vou me preparar para passar no concurso”, comenta a aluna.
Sueliclisse Barreto é mãe de Michel e Miqueline, ambos selecionados para o projeto. “Eu achei muito bom porque eles não faziam nada nesse período e gastavam o tempo livre na rua, e a gente mora em um bairro onde a violência é constante. Na rua só aprende o que não serve, e eles agora estão aprendendo a ser cidadãos, sem falar que estão sendo preparados para o primeiro emprego”, comentou.
O projeto Guarda-Mirim tem parceria com o Instituto Dom Moacyr, e os participantes farão cursos profissionalizantes em diversas áreas. A proposta é de que, ao completarem 18 anos, eles sejam encaminhados para o primeiro emprego. (Agência Acre)