A presidenta da CPI que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes, deputada federal Érika Kokai (PT/DF), disse que o objetivo da comissão é traçar um diagnóstico da exploração de menores no Estado. Outro ponto é acompanhar as políticas públicas desenvolvidas para o combate desta prática no Estado.
“Estamos traçando um diagnóstico no Acre, acompanhando casos da Operação Delivery. Há indícios de uma rede de exploração ligada a outras redes no Amazonas. A Operação Delivery indica isso. Também queremos saber o nível de atendimento dispensado pelo Estado a essas vítimas e a punição que está sendo dada aos opressores”, salienta a presidenta Érika Kokai.
Kokai pautou sua fala em 3 pilares. De acordo com ela, a comissão não pode se furtar de investigar a existência de redes, acompanharem junto ao Judiciário o andamento dos processos que envolvam menores, além de cobrar do Executivo as ações que estão sendo desenvolvidas.
“Não estamos aqui só para analisar os casos. Mas, para ver as ações do Estado no sentido de interromper este nível de impunidade. Precisamos ter delegacias aparelhadas. As redes de prostituição de menores estão utilizando a internet para se propagarem e temos que ter delegacias preparadas para investigar isso”, afirma.
A presidenta da CPI ressaltou, ainda, que a falta de políticas públicas tem levado crianças e adolescentes à exploração sexual. “São meninos e meninas, na sua maioria, pobres. Muita das vezes sua fala não é escutada e são pisoteados”.
A relatora da comissão, deputada Lilian Sá (PT/RJ), disse que o principal ‘gargalo’ na exploração de menores é o combate à impunidade. Ela argumentou que o Amazonas é um dos que lidera os índices de impunidade no país.
“A impunidade está em todas as esferas, no Amazonas principalmente. Muitos processos lá só foram retomados depois que a CPI fez um diagnóstico. Estavam parados”, ressalta a relatora.
Lilian Sá acrescentou que as crianças indígenas são as mais vulneráveis. Sá também ressaltou que, se for necessário, a CPI vai indiciar pessoas no Acre. “Se necessário, vamos indiciar independente de quem seja”.