A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes barrou a entrada da imprensa à sala de reuniões. Lá, os parlamentares se reuniram com assessores para definir as oitivas que aconteceram no começo da tarde. A comissão tem o objetivo acompanhar os desdobramentos da Operação Delivery.
O deputado Astério Moreira (PEN) esteve na Casa e concedeu entrevista à mídia. Ele, que também é jornalista, disse não concordar com a atitude dos parlamentares federais, que cercearam o trabalho da imprensa. Astério afirmou que a Mesa Diretora não pode fazer nada com relação ao fato.
“Não estou de acordo com esta atitude. A imprensa tem que ter livre acesso. Não vejo necessidade nenhuma disso. A Presidência da Casa não pode tomar nenhuma atitude porque o prédio foi colocado à disposição deles”, afirma o parlamentar.
Na oportunidade, a comissão ouvirá o tio do governador Tião Viana, que é acusado de pedofilia. Nesse sentido, Astério Moreira ressaltou que não há nenhuma intenção do governador em esconder atos ilícitos de pessoas ligadas à sua família.
“O governador já disse isso publicamente que qualquer um que cometer crimes tem que ser punido, independente de quem seja. Então, não acredito em manobras”, afirma ele.
A vice-presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Antônia Lúcia Câmara (PSC/AC), também descartou a hipótese levantada que a presidenta da Comissão, deputada federal Érika Kokai (PT/DF), tenha tido uma reunião com o governador Tião Viana para tratar do assunto.
“A presidenta Érika Kokai me disse que não manteve nenhuma reunião com lideranças do governo. Não há nenhuma manobra para tentar impedir as oitivas. Mas, se tiver, eu vou representar contra ela [Èrika Kokai] na Comissão de Constituição e Justiça. Vou exercer a minha função de parlamentar”, salienta a parlamentar.