Dezenas de trabalhadores rurais sem terra estiveram na manhã de ontem, 27, na Assembleia Legislativa do Acre, para pedir apoio aos parlamentares nas negociações com o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) sobre o litígio de uma área localizado no Ramal do Cacau, no Bujari.
Ficou decidido que será apresentado um convite ao presidente regional do Incra/AC, Idésio Franke, para que ele possa esclarecer aos parlamentares a tramitação do processo sobre a área em disputa. De acordo com os trabalhadores, a área é da União. Outro encaminhamento tomado será comunicar a bancada federal da situação e tentar agendar uma reunião com o presidente nacional do Incra. Os parlamentares também querem saber da atuação da Polícia Militar do Acre na região: se houve abusos por parte de policiais.
O deputado Eduardo Farias (PC do B) fez duras críticas ao Incra e pontuou que é um direito dos brasileiros à posse da terra. Afirmou, também, que o órgão tem negligenciado nas negociações firmadas entre produtores e o instituto.
“Ando muito preocupado com a atuação do Incra. Este não é o único caso. O Incra não cumpriu com a palavra. Sugiro que convidemos aqui o Idésio. O Incra faz parte do nosso governo. Mesmo assim, acredito que ele precisa ouvir mais”, concluiu o deputado.
Já Marileide Serafim (PSL) pediu que o Incra esclareça a quem pertence, de fato, a terra. Para ela, não ficou claro a legalidade do imóvel. Marileide acrescentou que é a favor dos produtores, mas não pode agir pela emoção e defender o direito à propriedade.
Jamyl Asfury (PEN) se mostrou indignado que uma escola que atendia 20 crianças, construída pelos próprios produtores rurais, foi destruída na reintegração de posse. Ele classificou como uma atitude ‘arbitrária’.
O deputado Wherles Rocha, líder do PSDB na Casa, argumentou que na época em que esteve no Incra, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) o acusou de atrapalhar as negociações.