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Associação SOS Amazônia: um legado de Chico Mendes

A Associação SOS Amazônia é resultado de uma expressão popular. Criada na década de 80, época de maior combate ao desmatamento. Um grupo de estudantes, profissionais liberais e representantes do movimento comunitário e social, entre eles Chico Mendes, defenderam, de forma articulada, a ideia de que, na Amazônia, melhorar as condições de vida dos homens guardava relação direta com preservar a floresta.

Mais de 2 décadas depois, o secretário geral da entidade, Miguel Scarcello, confirma que a bandeira de luta em defesa do meio ambiente foi ampliada. Atualmente, a SOS não defende apenas os interesses das florestas, mas também aspectos urbanos como resíduos.

“Queremos que haja uso sustentável da floresta, que os produtos florestais tenham valor e o direito das comunidades seja mantido. Além disso, tentamos influenciar nas políticas públicas e nas mobilizações políticas, assim como Chico fazia”, confirma Miguel.

Muito dos anseios daquela época e bandeiras de luta de Chico hoje estão implantadas, como, por exemplo, as reservas extrativistas, incremento da economia florestal, redução do desmatamento como política dos governos estadual e federal.

“Se elas estão acontecendo de maneira efetiva, garantindo a forma de uso sustentável, o direito dos produtores seja atingido, aí surgem algumas dúvidas”, explica Miguel Scarcello.

O secretário-geral afirma que a luta continua e da enorme responsabilidade. “Como associado ele nos deixou uma responsabilidade enorme. Nosso desafio é fazer com que a floresta tenha uma atividade econômica que cunho florestal, principalmente, com os produtos nativos. Além disso, não podemos perder as culturas dos povos da floresta, as comunidades tradicionais tem um vasto conhecimento da riqueza e importância da floresta. Ninguém contabiliza a necessidade de manter a floresta em pé”, destaca.


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