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Homenagens fecham a programação dos ‘25 Anos Chico Mendes Vive Mais’

Vinte e cinco anos. Um quarto de século. Trezentos meses. Mais de nove mil dias. Vinte e cinco voltas ao redor do sol. Muitas saudades e a responsabilidade de continuar a luta que custou o sangue de pessoas simples que fizeram coisas grandiosas. No dia 22 de dezembro de 1988 a floresta se cobriu de luto e o mundo chorou o assassinato de Francisco Alves Mendes Filho. Mas um tiro não conseguiu calar a sua voz, embora tenha ceifado a sua vida.

Na noite deste 22 de dezembro de 2013, por volta das 18h40, não se ouviu o som covarde do tiro que atingiu Chico Mendes. A tristeza da perda dividiu espaço com a alegria da continuidade da luta e o embalo da música foi o som que chegou aos ouvidos de todos os presentes. Uma bonita solenidade, marcada por homenagens singelas, encerrou a programação alusiva ao líder seringueiro, preparada pela Comissão 25 Anos Chico Mendes Vive Mais.

“Você pode questionar o porquê de todas estas homenagens. Existem milhares de Marias, milhares de Raimundos. Mas só existiu um Chico Mendes. Ele morreu lutando por uma humanidade melhor. Nós temos orgulho da nossa história, orgulho das responsabilidades que assumimos e conseguimos mostrar o que era o Acre há 25 anos e como está agora”, disse Marcos Afonso, membro da Comissão 25 Anos Chico Mendes Vive Mais.

Dom Moacyr Grechi, presente à solenidade, disse que “o Acre que eu conheci há 25 anos era bem diferente. O Acre de agora está bem melhor”.
Na Praça Povos da Floresta 25 porongas foram acessas para iluminar o caminho de familiares e amigos que ofereceram produtos florestais para homenagear a memória de Chico. Músicas foram cantadas e orações foram feitas em sinal de que a luta não morreu. Continua viva nos corações de pessoas comprometidas com a justiça social e a preservação do meio ambiente.

Um líder e muitas homenagens
Coordenadora da comissão que organizou toda a programação alusiva ao Chico Mendes, Marlúcia Cândida discursou emocionada com todas as homenagens. “Cabe a nós a cada dia mostrar que o Acre teve um grande cristão, um grande mensageiro e também nos cabe prepararmos a geração que vai lembrar a memória de Chico daqui a mais 25 anos. O Acre que construímos com base nos ideais de Chico Mendes hoje tem o governador que é o terceiro melhor avaliado no país”, disse a primeira-dama.

“Nós temos o dever de achar sempre os melhores caminhos e levar adiante aquilo que foi o legado dos ensinamentos que o Chico nos deixou. Ele atravessou o nosso cotidiano e entrou nos corações de pessoas que respeitam o meio ambiente”, disse o governador Tião Viana.

Uma comissão da Escola de Samba Unidos da Vila Isabel participou do encerramento da programação e apresentou o samba enredo da escola, “Retratos de um Brasil plural”, que vai homenagear os acreanos Chico Mendes e João Donato. Os integrantes Dandara Oliveira, passista Estandarte de Ouro e Musa da Vila, Natália Pereira, segunda porta-bandeira, Diego Machado, segundo mestre-sala, Simone Pinto, diretor de projetos e Junior Schall, diretor de carnaval, se apresentaram ao público.

“O Acre perdeu um líder. Eu perdi meu pai”
Familiares e autoridades participaram do ato. “Tive o privilégio de ter convivido com Chico Mendes e ter aprendido com ele. O que ele me ensinou marcou o rumo da minha história. Que Deus nos ajude para que tragédias como esta que vivemos no dia 22 de dezembro de 1988 não se repitam mais”, disse o vice-presidente do Senado, senador Jorge Viana.

A filha de Chico, Elenira Mendes, fez um discurso emocionado e forte sobre os 25 natais, os 25 aniversários em que ela e o irmão passaram sem a presença do pai. “E nestes 25 anos não se passou um dia sequer sem que eu tivesse sentido e sofrido com a ausência dele. O Acre perdeu um líder, o Brasil ganhou um herói e eu perdi meu pai”, disse. (Tatiana Campos / Agência Acre)


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