De acordo com a moradora, Angela Maria Rodrigues, a água subiu rapidamente e invadiu a casa. “Dentro de casa tinha pelo menos um metro de água. Perdi tudo! Móveis, alimentos e eletrodomésticos. Na rua onde moro, nunca tinha acontecido coisa parecida, mesmo com a chegada do programa Ruas do Povo. Não sei o que fazer”, lamentou a moradora do local há 15 anos.
Outro morador reclamou que as ruas, após a chegada do programa, ficaram intrafegáveis. “Nessa rua mora idosos, gestantes e deficientes físicos, caso o Samu seja acionado, não tem como entrar. Tem casa que está alagada desde o dia 28 de dezembro do ano passado. Isso é um absurdo!”, reclamou o morador.
Na casa de dona Dadá, foi invadida pela água e horas após o fim da chuva, o quintal ainda tinha muita água. Até o fechamento desta edição, a estrada continuava fechada. Durante a manhã, uma comissão dos moradores chegou a ser recebida por uma equipe da Secretaria Municipal de Articulação Comunitária.
O outro lado
O técnico do Depasa, Nier Pinheiro, disse que as obras de drenagem do bairro já estão concluídas, mas que falta concluir a construção de galeria. “A obra está em andamento, mas não tem previsão de conclusão”.
Além disso, Pinheiro afirmou ainda que a drenagem do bairro é suficiente e que não se pode medir a estrutura com base na chuva ‘atípica’ de quarta-feira. Nier acrescentou que espera, ainda em janeiro, a conclusão da obra.
“Nesse momento o que podemos dar é apoio às famílias, mas no período invernoso não existe possibilidade de realizar obras neste local”, concluiu o representante do Depasa.
Meteorologia mostra que só na quarta, em menos de 12h, choveu 34,4% da média mensal
A chuva de quarta-feira, 8, representou mais de 34% do total esperado para o mês de janeiro, afirma o pesquisador meteorológico, Davi Friale, através do site O Tempo Aqui. Choveu, em apenas 8 dias, 72,3% do esperado para todo o mês de janeiro, em Rio Branco.
De acordo com o coronel da Defesa Civil, Carlos Gundim, choveu em 24 horas o esperado para os próximos cinco dias. Segundo o coronel George Santos, a preocupação em relação aos níveis é constante, principalmente nos próximos meses.
“Independente de ser período chuvoso ou seco, há preocupação. De novembro a abril acontece 75% das chuvas aqui no nosso Estado, e de janeiro a abril são os meses que as enchentes acontecem com maior intensidade, principalmente fevereiro e março”, finaliza o coronel.
Previsão para os próximos dias
Muita umidade e chuvas vão continuar, no Acre, e na maior parte dos estados e países vizinhos. Essa é a previsão de Davi Friale. Nesta sexta-feira, (10) o tempo vai continuar instável, com muitas nuvens e chuvas, a qualquer hora, em Rio Branco e nos demais municípios do Acre. É alta a probabilidade de chuvas intensas, na maior parte do Estado.
A temperatura mantém-se estável, com mínimas entre 20 e 23ºC e máximas que vão oscilar entre 27 e 31ºC, em todo o Estado.
De acordo com a previsão, as chuvas intensas, muitas vezes, acompanhadas de raios e ventanias, vão continuar a ocorrer, em Rio Branco e em todos os demais municípios do Estado, pelo menos, até a próxima segunda-feira, dia 13 de janeiro.
Rio Acre subiu rapidamente – O nível do Rio Acre atingiu a marca de 8.74m de profundidade nesta quinta-feira, 9. De acordo com os dados disponibilizados pela Defesa Civil Estadual, nas últimas 72 horas, as águas do principal manancial da cidade subiram mais de 2m.
O Riozinho do Rola, principal afluente que desagua no Rio Acre, também em apresentando acréscimo em seu nível. Na manhã de hoje, o Riozinho marcou 8,32m de profundidade.
Confira Níveis dos Principais Rios e Índice Pluviométrico (Ip) (09/01/2014):
Rio Branco: 8,74 m – IP: 90,0 mm
Riozinho do Rola: 8,32 m – IP: 0,2 mm
Assis Brasil: 3,39 m – IP: 2,2 mm
Brasiléia: 3,08 m – IP: 80,8 mm
Xapuri: 6,25 m – IP: 49,0 mm
Sena Madureira: 10,10 m – IP: 20,3 mm
Tarauacá: 7,17 m – IP: 53,2 mm
Cruzeiro do Sul: 7,00 m – IP: 29,8 mm
(Foto: Odair Leal/ A GAZETA)