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“A Operação G7 é um episódio superado, mas atrasou em mais de cem dias a Cidade do Povo”, diz Tião Viana

O governador Tião Viana (PT) disse que a oposição precisa se reciclar. De acordo com ele, seus adversários querem ganhar as eleições no ‘tapetão’. Ele citou que não há propostas coerentes e projeto inovador para o Acre. O governador também argumentou que existe ainda a ideia do coronelismo, ou seja, dominar o eleitor.

“Lamento muito que querem ganhar uma eleição no tapetão. O Acre não merece passar por isso. Porque não apresentam propostas? Por que não temos uma eleição ética? A oposição infelizmente não se reciclou, não se adaptou. Ainda está com a ideia de coronelismo, da política do ódio, do ataque ao adversário e não é válido. Eles não apresentam inovação”, disse Tião Viana.

O governador acrescentou que a Frente Popular do Acre seguiu outro caminho ao inovar com suas gestões. Ele ressaltou que então governador, Jorge Viana (PT/AC) iniciou a plataforma de governo, sendo aperfeiçoada por Binho Marques (PT) levando as ações do Estado aos lugares mais distantes, como por exemplo, o Programa Pró-Acre.

“Já o nosso projeto teve a ousadia de se renovar, quando o Jorge Viana apresentou a plataforma básica. O Binho avançou levando o Estado às comunidades isoladas. O nosso governo tem uma ação em infraestrutura, visando gerar qualidade de vida e gerando empregos, diversificando a economia. Nós apresentamos uma nova agenda” e acrescentou: “Senão fizermos isso, senão se renovar, o Acre entra em falência. A economia tem que ser o carro chefe. Estou muito confiante. Estamos com 85 % das metas alcançadas”.

Em visita À GAZETA, o chefe de Estado comentou sobre a Operação G7. Ele destacou que isso é um episódio superado, mas reconheceu que trouxe desgastes ao seu governo e prejuízos para o Acre. Ele pontuou que mais de 100 dias de atrasos foram registrados nas obras do Projeto Cidade do Povo.

“Atrasou de maneira direta 45 dias. Cada dia de verão parado  significa 2 dias a 3 dias de inverno. Somando isso tudo, nos atrasou quase 100 dias, senão nós teríamos  concluído as  1.500 casas e as 3 mil até fevereiro. O risco maior foi ter uma alagação e não temos as casas”.

O governador afirmou, também, que a Operação G7 criou um atrito com o poder Judiciário e com a Polícia Federal que conduziu as investigações.  Ele disse não entender porque até o momento não foram apresentadas as provas para o caso.

“Eles tentaram embargar mas nós fomos lá e mostramos os fatos, como pode fazer uma denúncia de cartel se não tem o poder público vinculado a uma licitação entre as empresas e o Governo do Estado? Foi uma desinformação aberrante. Aquilo causou muito desapontamento nosso com parte do judiciário e com a investigação. Não tem denúncias, já estamos há sete meses. Se tiver erros tem que ser punido. Mas onde ficaram as provas?”.

(Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

Tião Viana defende unidade à vaga de Senado
Tião Viana também comentou sobre os últimos acontecimentos políticos envolvendo a formação de uma chapa majoritária para as eleições de 2014, em que Aníbal Diniz (PT/AC) não seria candidato ao Senado Federal e sim a deputada federal, Perpétua Almeida (PCdoB). Destacou que tem defendido a candidatura única ao Senado e disse confiar que isso será uma realidade.

“Na eleição do Senado tenho defendido a tese da unidade respeitando o momento dos partidos em apresentarem os nomes. Defendo a contribuição de todos os partidos. O Aníbal acho que reúne todas as qualidades e a Perpétua também reúne todas as qualidades. A Perpétua é do campo popular e o Aníbal é do campo institucional. Vamos construir essa unidade. Acredito que vai se consolidar”.

Quanto a candidato a vice-governador, Tião Viana afirmou que isso é uma decisão dele e que tomará no tempo devido. Para ele, o vice-governador é uma peça fundamental em uma gestão e tem quer ser uma pessoa de sua confiança, mas não precisa ser necessariamente do Juruá.

“Quanto ao vice eu me reservo no direito, com absoluta autonomia  de dar a palavra final. O vice eu não acho que precisa a origem, eu tirei a ideia de que o governador é de Rio Branco. Fomos mais de 300 vezes ao interior do Acre, tanto faz para mim de onde seja. Sou governador do Acre”.

Outra avaliação feita por Tião Viana diz respeito ao compromisso que a presidenta Dilma Rousseff tem com o Acre. Apesar dela não ter vindo nenhuma vez em solo acreano, a presidenta tem sido sensível as causas do Estado, principalmente na liberação de recursos para a BR-364. Tião Viana argumenta que os acreanos têm outra visão da presidenta.

“Acredito que a Dilma tem as melhores condições de ganhar no Acre. Ela ajudou muito. Temos gratidão pela presidenta. Os desafios da BR-364. A BR está nas melhores condições de tráfego. Tenho absoluta certeza que as Ruas do Povo vão estar prontas. Tenho a absoluta segurança disso. A Cidade do Povo, parte das casas entregaremos no prazo, com 822 casas entre dezembro e janeiro agora. São frutos do apoio da presidenta Dilma que a cada dia se consolida”, diz Tião Viana.

“Não precisamos ter o mesmo pensamento, é natural isso”, diz Tião sobre o senador Jorge Viana
Outro assunto polêmico que ele abordou são rumores de que havia desavenças com o senador Jorge Viana e Tião Viana. Ele descartou isso. Reconheceu que a importância histórica e partidária do senador e reafirmou ser natural ter um olhar diferenciado do irmão.

“Não brigamos. A gente discute, o que é normal entre irmãos. O Jorge reúne a autoridade histórica. Não precisamos ter o mesmo pensamento. Entendo isso como democracia e naturalidade. Tem diferença sim. Ele tem uma visão mais do momento do PT. Eu já entendo que é um momento de olhar  o todo. O PT não vive sem brigas”.

Tião Viana pontuou também que as declarações de Nepomuceno, o Carioca, foram pesadas para o momento e isso gerou desconforto entre os petistas e membros da Frente Popular do Acre, mas que o assessor especial já reconheceu seu erro e isso já é tido como superado. “O momento é de pajelança dentro do PT”.

Governador afirma ser normal que secretários sejam candidatos à Assembleia em 2014
Durante a entrevista o governador foi questionado quanto a candidaturas de secretários de Estado. Ele disse ver com naturalidade e não problemas quanto a isso. Acrescentou que a maioria dos estados brasileiros terão secretários de Estado disputando uma vaga nas Assembleias Legislativas.

“Eu digo que é natural não vejo problemas nisso. Temos que ter uma Assembleia valorizada, o Acre apenas tem 3 secretários candidatos. Rio de Janeiro tem 11. O Distrito Federal tem 11, o Mato Grosso tem 6. No Acre são 500 mil eleitores, eles devem ter 10 mil votos. Isso é a única preocupação que não vale para parlamentar. Quem tem a estrutura é o parlamentar. Eles vão se descompatibilizar em abril”.

Saúde
Quanto a resultados obtidos, o governador afirmou que tem se empenhado para que a rede Estadual de Saúde atenda as demandas. Ele destacou a que a fila de cirurgias foram zeradas e que até o fim de fevereiro também será zerada a fila para cirurgias de especialidades, ou seja, as mais complexas.

“Zeramos a fila de cirurgia geral e até fevereiro de especialidades. Zeramos neurocirurgia. Significa que dois meses pra cá está no tempo real. Foram 15.086 cirurgias. Fizemos mais de 5 mil contatos para encontrar esses pacientes. Você vai no Rio de Janeiro tem gente esperando 6 anos e aqui zeramos, então, estamos indo bem”.

Segurança
Tião Viana disse que as mortes no trânsito têm reduzido significadamente. Ele atribuiu as reduções ao trabalho intenso de educação e fiscalização desenvolvidos pelo Detran/AC. De acordo com ele, a Operação Álcool Zero também tem contribuído para essa redução do número. As mortes foram reduzidas em 20% em 2013 com relação a 2012. Ele destaca que esses índices têm que continuar caindo, pois as mortes no trânsito e os acidentados geram um alto custo de recuperação, ou seja, dinheiro que poderia ser investido em outras áreas.

Tião Viana ainda destacou os avanços na Educação indígena, além de projetos como o de cafeicultura iniciadas pelo Governo do Estado. O governador disse que está confiante nos investimentos feitos no Acre e pronto para novos desafios, no caso de sua reeleição.


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