Com 25 anos de tradição no mercado acreano, Albuquerque Engenharia emplaca empreendimentos para nichos específicos de mercado e aposta na verticalização como forma de economia, inclusive para o poder público
ITAAN ARRUDA
Com 25 anos de atuação no mercado da construção civil, a Albuquerque Engenharia emplaca o projeto Via Towers Corporate Buildings. E o empreendimento teve ampla aceitação. Em 60 dias, metade das 294 salas já está vendida ‘na planta’.
“É uma performance excelente”, avalia João Albuquerque, comparando com outros empreendimentos da construtora já também competitivos. “Outra coisa que deve ser observada: o Via Towers é um projeto focado no profissional liberal, seja ele médico, advogado, dentista, jornalista e isso demonstra como os segmentos querem melhor qualificação na forma de se apresentar ao cliente. A nossa proposta de adequa a essa mudança no perfil profissional da região”.
A ideia de iniciar um projeto avaliado em R$ 70 milhões foi fundamentada em pesquisa de mercado. “Ficou constatado que havia uma demanda reprimida que justificava o investimento”, lembra o empresário João Albuquerque, fazendo referência ao estudo que levou dois anos para ser concluído.
O relatório evidenciou que os profissionais liberais do Acre precisavam de um espaço que respeitasse as especificidades de cada segmento.
Na área de Saúde, por exemplo, há elevadores de macas e locais de recepção adaptados para receber ambulâncias. Mas essa atenção toda não quer dizer que o espaço é só para a Saúde. O empresário João Albuquerque se esforça para desconstruir essa imagem. “Não é apenas para os profissionais de saúde”, reforça. “Quem quiser um espaço que respeite o cliente, terá acolhida aqui”.
Os empreendedores formularam uma tabela de maneira a contemplar os mais diversos segmentos e perfis de profissionais liberais. “Nós temos prestações que iniciam com mil e setecentos reais”, antecipa o gerente de vendas da Albuquerque Engenharia, Ronaldo Villa Verde. “É um valor que compete com muitos alugueis que existem na cidade”.
Há empresas que compraram andares inteiros das torres. As salas têm medição inicial de 50 m² e os preços variam de R$ 190 mil a R$ 233 mil. Em cada andar são 10 salas. No andar térreo, há um mix de lojas que darão suporte às empresas. São sete espaços destinados à farmácia, papelaria, restaurante fast food.
Os 38 mil metros quadrados de área construída são negociados diretamente na AI Imóveis, o braço imobiliário da Albuquerque Engenharia. Outro aspecto que diferencia dos demais imóveis atualmente em operação em Rio Branco é que o Via Towers oferece 329 vagas de estacionamento.
Esse foi outro gargalo apontado na pesquisa feita pela construtora: os profissionais liberais reclamavam dessa necessidade para garantir conforto e segurança aos clientes. No Via Towers, o usuário vai poder usar o estacionamento de forma semelhante ao que se aplica no Via Verde Shopping.
Albuquerque expande investimentos
A Albuquerque Engenharia se prepara para expandir sua atuação fora do Acre. A iniciativa já vem sendo avaliada há 5 anos. “Agora é a hora”, aponta o empresário João Albuquerque.
Há 3 estados sendo analisados: Rio de Janeiro (onde a empresa já realizou incorporações a outros empreendimentos imobiliários), Mato Grosso e Amazonas. Albuquerque não adianta qual seria o volume de recursos que poderá ser expandido. “Não podemos perder esta oportunidade e vamos fazer essa expansão”.
(Foto: Ilustração)
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Ensaio fotográfico retrata a rotina das cheias do Rio Acre
A versão 2014 da alagação quase não difere dos anos anteriores. A única mudança talvez seja que as crianças vão ficando mais velhas e mudando a sua relação com o rio. As fotos são de Odair Leal
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Novo protesto contra a qualidade da saúde indígena pretende trazer 400 lideranças para Rio Branco
Movimento retoma mobilização de 2011 quando representantes de etnias do Acre ocuparam por nove meses a sede da Funasa na Capital. Neste momento, estão fechados cinco polos-base de Saúde, dos sete existentes em toda região do Distrito Sanitário Especial Indígena do Purus. Situação é considerada trágica por Ninawá Huni-Kui, um dos líderes do movimento indígena no Acre. Ele cobra do Governo Federal “tratamento mais respeitoso com os direitos já adquiridos dos indígenas”. Há problemas nos fornecimentos de medicamentos, no processo de tratamentos especializados e nos repasses de recursos para pagamentos de agentes especiais indígenas
ITAAN ARRUDA
Em um mês cerca de 400 lideranças indígenas de todo Acre chegam a Rio Branco para protestar contra a qualidade da Saúde Indígena promovida pelo Governo Federal. A mobilização ocorre desde o ano passado, motivados por um cenário que classificam como “desrespeitoso e sem diálogo”.
Eles reclamam que ainda não está definida a divisão de responsabilidades em relação ao fornecimento de medicamentos para os polos-base. Não se sabe se é da Secretaria Especial de Saúde Indígena ou do Governo do Estado.
“O governo do Estado atende a alta e média complexidade, mas existe um vácuo no meio que o índio acaba ficando sem o medicamento enquanto estão discutindo essa definição de quem é essa responsabilidade de garantir a medicação para o paciente”, explica o líder indígena Ninawa Huni Kui.
“Não há indefinição alguma em relação a responsabilidades”, rebate a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo. “A legislação é muito clara em relação isso: o estado é responsável pela alta e média complexidade e por fornecimento de medicamentos em duas situações: medicamentos de alto custo e medicamentos para pacientes que estejam internados”.
A secretária entende a “confusão” que algumas lideranças fazem em relação ao que chamam de “indefinição”. “Eles são atendidos no Hospital das Clínicas e, após o tratamento, se o médico receita alguma medicação complementar, eles querem que o Estado forneça. A partir daí, quem deve fornecer esse medicamento de baixo custo e que se refere à atenção básica é a Sesai”.
A equipe do Acre Economia tentou contato com o representante da Sesai no Acre no sábado, mas não obteve retorno. Mas, mantém o espaço aberto para quaisquer explicações adicionais sobre o problema.
“Muitos pacientes já vieram aqui para Rio Branco, passaram três ou quatro meses fazendo todo procedimento e quando sai com a receita não tem o medicamento”, relata. Ninawa lembra ainda que foram assinadas portarias com o Governo do Acre garantindo agilidade no fluxo de pacientes indígenas no Hospital das Clínicas.
A agilidade, segundo o líder Huni Kui, é garantida pelo Governo do Estado, mas a Sesai não disponibiliza a estrutura para trazer o indígena das aldeias para o HC. “Acaba tirando a vaga de outras pessoas que poderiam estar sendo atendidas”, diz. “Isso não se resolve por conta da falta de estrutura nos Diseis para os pacientes saírem das comunidades para serem atendidos aqui”.
Para tentar diminuir a burocracia na administração dos distritos sanitários especiais indígenas, a Secretaria Especial de Saúde Indígena buscou o uso de organizações não governamentais. A ideia era dar mais autonomia às unidades.
“Desde novembro, os motoristas da Casai, os barqueiros que conduzem os barcos nos polo-base estavam sem receber”, denuncia Ninawa. “Os recursos são repassados mensalmente e essas pessoas têm famílias para sustentar e precisam receber o salário que é de direito deles. Eles trabalham”.
Ninawa Huni Kui diz que a ONG responsável pelos repasses ao Disei do Purus é do Mato Grosso.
Toda situação foi comunicada em relatórios enviados ao Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condise), à Secretaria Nacional de Saúde Indígena, ao Ministério Público Federal e à Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira.
“No Ministério Público Federal, inclusive, investiga-se uma situação de uso de uma aeronave que deveria ter atendido a uma situação de assistência à saúde de indígenas, mas que, suspeita-se, tenha sido usada para outra finalidade”, pontua o líder Ninawa Huni Kui.
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NOTAS ECONÔMICAS
“Acrianas”
A edição de hoje traz uma reportagem com um empreendedor que está fabricando “sandálias de borracha” no Acre. O espírito empreendedor não surpreende. O que espanta, de fato, é a teimosia diante do processo de produção.
“Acrianas” II
Na terra da Natex, o empresário das “Acrianas” compra as pranchas de borracha de Juazeiro do Norte e de São Paulo. Sem capital de giro, sonha com possibilidade de montar uma linha de montagem com sandália 100% de “borracha acreana”.
Incentivo
Há todos os elementos para as “sandálias acrianas” se consolidarem no mercado regional: identidade cultural; matéria-prima; governo com discurso de incentivo à indústria… é ficar na torcida.
Segurança
Sobre Saúde e Educação dificilmente os governos não tenham, no bom senso e nos manuais, uma série de medidas lógicas e eficazes a serem implantadas. Há históricos e acúmulos sobre esses setores que, inclusive, já mostram algum êxito.
Segurança II
Na área de Segurança Pública, não há diagnósticos exatos, precisos. Há indicativos e experiências de sucesso pontuais. Esse problema de essência não é uma exclusividade acreana. Em todo Brasil é assim.
Violência I
Esse ano, até o início de fevereiro, foram registrados 25 assassinatos em todo Acre. O início de 2013 foi até mais violento do que o deste ano. Mas, se houve uma pequena redução no número de mortes na comparação entre os dois últimos janeiros, o que tem chamado atenção é o grau de violência com que os assassinatos têm ocorrido.
Violência II
Há 15 dias, um jovem de 17 anos, egresso do Instituto Sócio Educativo, foi assassinado com mais de 50 facadas por 15 homens que invadiram a residência do adolescente. Essa execução aconteceu durante o dia. Sem constrangimentos.
Sem moral
E que o Sul Maravilha não venha dar lição de moral. Por lá, o cangaço é muito pior. A sensação de insegurança está generalizada por todo país. Quais são os elementos causais? Qual o diagnóstico possível? Que modelo de vida poderia demonstrar outro cenário? Essas são perguntas possíveis para alguns economistas responderem.
Esporte Educacional
Foram prorrogadas para o dia 7 de março as inscrições para o Prêmio Petrobras de Esporte Educacional, que destinará R$ 500 mil para experiências pedagógicas promotoras de atividades esportivas, com foco na inclusão social. A seleção é válida para instituições de ensino e organizações sociais de todo o país.
Esporte Educacional II
Serão premiadas iniciativas inscritas em três categorias: terceiro setor, universidade e escola pública. O primeiro lugar de cada categoria selecionada receberá R$15 mil, o segundo lugar, R$10 mil e o terceiro lugar, R$ 5 mil. As organizações indicadas pelos vencedores também serão premiadas com equipamentos e materiais esportivos, no valor de R$ 50 mil.
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EMPREENDEDORES: Sandália Acrianas é opção para oferta de um dos produtos mais populares da região
Na mistura de empreendedorismo, com dose de ousadia e senso de oportunidade, empresário começa a surfar na oferta de um produto que ainda procura o ponto ideal da qualidade, mas que encontra aceitação desde o consumidor da periferia mais isolada até os pontos de venda frequentados por clientes VIP’s
ITAAN ARRUDA
Demorou, mas chegou. As Acrianas estão no mercado de Rio Branco desde janeiro e foram aceitas pelos consumidores mais exigentes. As vendas falam por si. Nos quatro pontos de exposição dos Supermercados Araújo na Capital, foram mais de 800 pares vendidos em apenas 20 dias.
Inicialmente, as vendas eram feitas em sistema de consignação. Mas, diante da aceitação do consumidor, a direção do empreendimento resolveu adotar as sandálias e já incluiu no conjunto de produtos.
Quem assina as Acrianas é Jonas Gomes da Cruz, 44 anos, casado e com quatro filhos. O nome é uma paródia que faz referência à concorrente mais popular do país e foi ideia de um gerente de banco que o empresário conheceu enquanto buscava se capitalizar.
“O gerente acreditou na minha ideia e dizia, empolgado, ‘As Acrianas vão ser vendidas no Araújo!’ e aquela empolgação me deu mais ânimo”, alegra-se o empresário. “É bom quando alguém acredita na sua proposta de trabalho e ainda mais quando o produto tem aceitação. Qual é o acreano que não usa uma sandália desse tipo?”
A marca já está em processo de patenteamento. As primeiras etapas burocráticas para a formalização da patente já foram iniciadas. O investimento inicial para a confecção do produto foi de aproximadamente R$ 15 mil, canalizados, sobretudo, para a compra de maquinário.
A tarimba de negociador Jonas conseguiu calejando as pernas atrás de balcão de sorveterias em Rio Branco. Há dois anos foi a Santa Catarina onde conheceu outro empreendedor que já produzia sandálias nos mesmos moldes.
Há uma ironia no processo de confecção da “sandália de borracha”. Para produzir, Jonas traz as “pranchas de borracha” de Juazeiro do Norte (no Ceará) ou de São Paulo. Ainda na fase de testes, em dezembro do ano passado, o empreendedor comprou pranchas com E.V.A (etil vinil acetato).
“Mas, agora, a ideia é comprar pranchas totalmente emborrachadas”, adianta o empresário. “O meu sonho é fazer uma linha de montagem utilizando os insumos todos daqui. Mas, por enquanto, preciso garantir circulação de capital e consolidar a marca”.
Jonas da Cruz se planejou para abastecer os mercadinhos e pequenas mercearias da periferia de Rio Branco. Mas, resolveu arriscar e apresentar as Acrianas para a principal rede de supermercados do estado no fim de dezembro do ano passado.
Atualmente, já recebeu proposta para exposição dos outros concorrentes do setor e diz ter condições de atender à demanda. “É possível atender porque o processo de confecção das sandálias é relativamente simples”, explica. Por enquanto, o empresário emprega diretamente três pessoas no processo de confecção das sandálias de borracha.
As Acrianas são ofertadas em vários modelos. O mais exótico tem formato retangular e faz lembrar as sandálias “Karatê”, populares no Acre no início dos anos 80. Há também sandálias com adereços femininos nas tiras, ou com bandeiras do Brasil, pegando o embalo da Copa do Mundo de Futebol. “Já está em confecção a bandeirinha do Acre para ser colocada nas tiras”, adianta o empresário Jonas.
O preço das Acrianas é competitivo com o da concorrência, embora a líder do mercado consiga colocar pares dos modelos mais simples de até R$ 8 em alguns pontos de venda. É quase o preço de custo de Jonas. “A luta é grande, mas o mercado mostrou que há espaço para crescer”, diz, esperançoso.
A dificuldade do empresário é a mesma de tantos colegas acreanos: falta-lhe capital de giro. O intervalo de tempo do investimento que fez para colocar o produto no mercado e o retorno para reinvestir é quase sufocante. “Mas, sou um homem de fé”, avisa. “Vai dar certo”.
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Presidente de Petrobras é uma das mulheres de negócios mais poderosas do mundo
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, ficou em quarto lugar na lista que reúne as 50 mulheres de negócios mais poderosas do mundo da revista Fortune, divulgada na essa semana, em Nova Iorque (EUA).
Pela primeira vez, a revista fez uma lista unificando a classificação para todas as executivas – antes havia um mailing para os Estados Unidos e outro para os demais países. Graça Foster é a primeira não americana da lista. A executiva brasileira ficou em quarto lugar, atrás de Mary Barra, presidente da General Motors e primeira colocada, Ginni Rommety, da IBM, segunda da lista, e Indra Nooiy, da PepsiCo, em terceiro lugar.
Segundo a revista, para chegar ao resultado final, os editores avaliaram os mesmos critérios usados em rankings feitos anteriormente para mensurar o poder de cada gestora: o tamanho e a importância do negócio que elas comandam, a saúde financeira, a gestão e o histórico da carreira. Desta vez, os editores priorizaram a natureza internacional da operação liderada pela executiva e sua posição na comunidade global de negócios.
Graduada em engenharia química, Maria das Graças Silva Foster, está na Petrobras há 33 anos e se tornou a primeira mulher a assumir a presidência da companhia, em fevereiro de 2012. Graça Foster acumula também as funções de conselheira de Administração e diretora da Área Internacional da Petrobras, e é presidente dos Conselhos de Administração da Transpetro, da Gaspetro e do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). É também membro dos Conselhos de Administração Petrobras Distribuidora (BR) e da Petrobras Biocombustível S.A. (PBIO).
Em outubro de 2013, pelo segundo ano consecutivo, Foster foi eleita pela revista Fortune a executiva mais poderosa entre as mulheres de negócios que atuam fora dos Estados Unidos. Tanto em 2012 como em 2013, a presidente ficou em primeiro lugar nessa lista. Em maio de 2013, ela também foi eleita uma das 20 mulheres mais poderosas do mundo e a terceira mulher mais influente na categoria Negócios, pela Revista Forbes.
A lista completa das 50 mulheres de negócios mais poderosas do mundo da Fortune pode ser acessada pelo endereço eletrônico (http://money.cnn.com/gallery/leadership/2014/02/06/global-most-powerful-women.fortune/index.html?iid=GMPW_lp_arrow1).