Os acreanos acordaram com a notícia do fechamento da BR-364 que liga o Estado a capital de Rondônia. A decisão foi tomada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) na manhã desta sexta-feira, 21. No fim da tarde, a estrada foi liberada e a noite, a orientação é que ela permaneça fechada. Até que o Rio Madeira apresente algum sinal de vazante a estrada continuará fechada.
No trecho mais crítico, na comunidade Mutum Paraná, distante 177 km de Porto Velho, a água atingiu 60 cm sobre a pista, o que torna inviável a passagem de veículos, inclusive de grande porte.
Além disso, para piorar a situação, existe no trecho uma forte correnteza que aumenta os riscos de travessia. Segundo o inspetor da PRF no Acre, Nelis Newton, isso é uma situação momentânea, e a partir do momento que se perceber que existe condições de tráfego, o trecho será liberado.
“É uma situação muito instável, logo pela manhã de sexta-feira houve uma vazante de três centímetros, acreditamos que por isso, a estrada foi liberada, vamos avaliar na manhã deste sábado como o nível do rio estará”, explica o inspetor.
O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis no Acre, José Magid, se disse surpreso e disse que o transporte de gasolina e óleo diesel com destino a Rio Branco já estava lento. “A interdição era para o transporte noturno. Isso causou incerteza entre os consumidores. Agora, devemos avaliar as consequências”, afirmou.
A base de Rio Branco continua operando normalmente. ‘Contratamos mais três carretas para aumentar o suprimento da cidade. É o que podemos informar, no momento”, explicou em nota.
O nível do Rio Madeira chegou a 18,01 metros nesta sexta-feira. Há 30 dias, não há sinal de estabilização ou diminuição da cota, que aumentou 45 centímetros em menos de uma semana.
O presidente da Associação Comercial, Industrial de Serviço e Agrícola do Acre (Acisa-AC), Jurilande Aragão, confirma que ainda não deu tempo do comércio no Estado ser muito afetado pelo fechamento da BR. Caso o fechamento permaneça é que haverá dificuldades.
“A estrada estava abrindo durante o dia e fechando à noite. Agora, ela fechou definitivamente. Mas está tudo tranquilo. Daqui para a frente, se a coisa perdurar, eu acredito que vamos começar a ter problemas”, finaliza.
Aragão ressalta que até o momento não existem informações sobre a falta de produtos. “Por enquanto o mercado está abastecido, não há falta de produto. Só não sabemos como vai ficar essa situação nos próximos dias, caso estrada continue totalmente fechada. Estamos aguardando”, acrescenta.