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Cidade do Povo e Complexo de Piscicultura devem “salvar o ano”


(Foto: Sergio Vale/ Secom)

2014, no que se refere à atividade econômica, está comprometido pelos problemas causados pelo isolamento. Para o Governo do Acre, no entanto, há dois projetos que podem ser a redenção do ano: a inauguração (mesmo que parcial) do Complexo de Piscicultura e Cidade do Povo.

O projeto habitacional vai ter as primeiras 400 casas entregues em abril. Mas, para o Palácio Rio Branco, as atenções estão voltadas para o mês de maio. O gabinete do governador já se afina com a assessoria da Presidência da República para ajustar detalhes da presença da presidente Dilma Rousseff na entrega de mais de duas mil casas da Cidade do Povo e da inauguração da fábrica de ração do Complexo de Piscicultura em maio.

Uma equipe da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens) já finaliza a mediação comercial para aquisição de insumos do Peru. Pelo planejamento do empreendimento, a farinha de peixe deve vir do Peru; o milho deve ser aproveitado o que se produz aqui no Acre e a soja (em menor proporção na composição) deve vir de Rondônia ou Mato Grosso.

Os mais céticos avaliam que a vazante do Rio Madeira seja concluída de fato no início de maio. O próprio governador Tião Viana, em coletiva realizada na última quinta-feira após sobrevoo sob os pontos críticos da alagação, afirmou que “os próximos 40 dias serão de extrema dificuldade”.

Com essa referência, a agenda presidencial deve ser confirmada para após a segunda quinzena de maio, quando a presidente, candidata à reeleição, ainda pode participar de atos de inauguração de obras públicas.

Na fábrica de ração, tudo está praticamente concluído. No entanto, um equipamento necessário para o processo produtivo está represado em Porto Velho aguardando a liberação da estrada.

Na Cidade do Povo, ainda há muitos detalhes a serem finalizados, mesmo para as primeiras entregas. Mas, o governo garante que as casas serão apresentadas às famílias de baixa renda.

Em algumas unidades, inclusive, já existe a indicação do beneficiado, informando em qual região da cidade reside atualmente: são todas áreas vulneráveis às cheias dos rios e igarapés e com altos índices de criminalidade.

O Cidade do Povo é um projeto orçado em R$ 1,1 bilhão e prevê a construção de 10,5 mil unidades habitacionais.

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NOTAS ECONÔMICAS

Isolamento I
Segundo o próprio governo, o abastecimento do Acre está comprometido em cerca de 70%. Com muito esforço (frise-se: com muito esforço), as ações e articulações lideradas pelo governador Tião Viana conseguem manter 30% do que se consome por aqui.

Isolamento II
Quando se usa a expressão “isolamento” de forma alguma (ao menos neste suplemento) se denota algo pejorativo. O problema é quase matemático. Há efeitos óbvios no comércio em consequência da cheia do Madeira. É uma imposição da natureza, com uma “desconfiançazinha” de que houve erros nas obras das hidrelétricas (a conferir).

Procon I
O Procon, por meio de uma determinação do gabinete de governo, endureceu contra os postos de gasolina e outros comércios que quiseram abusar dos preços nesse período. Há duas situações a se destacar para que não se cometam excessos.

Procon II
Querer que a cheia do Madeira e o consequente isolamento não tenham impacto sobre os preços não é uma postura ra-zoável. É claro que as empresas têm problemas com aumento de custos. Óbvio. E quem arca com isso? O empresário? O consumidor? O Governo? É uma discussão a ser feita.

Uma coisa…
Uma coisa é o empresário buscar o equilíbrio nessa relação aumentos de custos/preço… outra coisa é abusar: querer lucrar com a desgraça alheia em função de um cenário pontual. Nesses casos é que o Procon, fundamentado na Lei (Código de Defesa do Consumidor), deve punir os abusados. E tem feito. Já há postos de combustível fechados por um período por causa da elevação do preço abusivo.

“Vixe!”
Em uma das maiores lojas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos que atua no Acre, os efeitos do isolamento imposto pela cheia do Rio Madeira beira o drama. O armazém da loja está praticamente vazio. “Vixe! Isso aqui só tinha mesmo espaço para a gente andar espremido entre as mercadorias”, disse o gerente do armazém, agora espaçoso.

Carros I
Agora, dramática mesmo é a situação das revendedoras de automóveis. Em bom acreanês, ainda é possível “segurar as pontas” por algum tempo. Mas, a situação se agrava a cada dia. Já são mais de 300 carros que estão represados em Porto Velho esperando trânsito na estrada.

Carros II
Alguns estão nos pátios das montadoras em São Paulo e só saem quando as coisas estiverem normalizadas. E o pior é que, nas concessionárias, os custos se mantêm os mesmos: mesmo número de funcionários, energia elétrica, conta de água, manutenção dos espaços físicos, manutenção das oficinas, estoque de peças diminuindo e as vendas…

Comprometido I
Não há registro na história contemporânea do Acre de um primeiro trimestre tão conturbado no que se refere à economia. O ano já está economicamente comprometido. Reestruturar-se desse baque vai levar tempo para algumas empresas.

COMPROMETIDO II
Planejamentos terão que ser refeitos e projeções de lucros revistas. Os salvadores da ocasião serão o projeto Cidade do Povo e Complexo de Piscicultura que devem ser parcialmente inaugurados. No mais, é manter o básico e com fé.

E ano que vem? I
Os Ministérios Públicos Federal e Estadual (tanto no Acre quanto em Rondônia) precisam radicalizar na pressão às concessionárias das usinas Santo Antônio e Jirau para que expliquem quanto às obras e aos estudos de impacto ambiental.

E ano que vem? II
São esses consórcios que precisam demonstrar idoneidade. A obrigação de comprovar que fizeram estudos responsáveis é deles. E no ano que vem? Acre e Rondônia vão estar sujeitos à mesma sorte? A culpa vai recair novamente sobre São Pedro?

O ovo
E essa ideia de exportar ovo em pó para a China, hein? É a tal história: uma piada pode até ser boa, mas quando é contada na hora errada… mesmo que seja para abastecer cinco lanchonetes na China, não tem problema, é válido comercializar para lá. Sempre é bom.

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Madeireiras avaliam férias coletivas como alternativa ao isolamento

ITAAN ARRUDA


(Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

O isolamento do Acre no comércio com outras regiões do país atingiu um dos principais segmentos da indústria local: as madeireiras. Nenhum empresário quis se identificar “em função do cenário negativo”, mas o clima é de incerteza e cobrança.

“Tenho pedidos de clientes meus que estão aqui no pátio, prontos para pegar o trecho [estrada], mas não há como”, afirma, em tom de indignação um madeireiro local. “Não sei o que fazer e eles [clientes] me cobram, com razão”.

Alguns mantém cláusulas contratuais em relação a acidente ou atrasos na entrega. Estes empresários já preveem ter que arcar com mais esse custo. Alguns contratos de exportação já foram cancelados em função da imprevisibilidade de embarque da carga. “A situação é muito delicada”, avalia.

Outras empresas avaliam a possibilidade de conceder férias coletivas aos empresários. Mesmo que quisessem manter os operários no pátio da indústria, não haveria insumos necessários.

Em uma empresa de porte médio, por exemplo, há cola para o processo produtivo suficiente para mais uma semana. “Caso não normalize a situação, não resta outra alternativa”, adiantou outro empresário.

A estimativa anunciada pelo próprio governador foi de que a situação de cheia do Rio Madeira se mantenha pelos próximos 40 dias.

Nenhum empresário quis admitir abertamente, mas a possibilidade de desempregar mão de obra com cenário tão adverso não está descartada. Com os custos de manutenção mantidos e sem ter como escoar a produção, os prejuízos vão se acumulando e os clientes desassistidos. “Sabemos que essa situação não estava prevista, mas mostra como nossa região está muito vulnerável e pouco se vê de construções de alternativas”.

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Rede de saúde e educação emocional Augusto Cury foca em Rio Branco para crescer

Augusto Cury Cursos quer marcar presença em todas as capitais com proposta de negócio diferenciada e metodologia do escritor brasileiro Augusto Cury.

Com faturamento de 115 bilhões em 2013, segundo a Associação Brasileira de Franquias, o mercado de franchising está promissor para novos negócios. O setor mais expressivo para novos negócios no modelo de franquias é o de saúde, que ocupou o 1º lugar entre os setores que mais crescem no país.

A equipe de expansão do Augusto Cury Cursos, centro de educação emocional de Ribeirão Preto SP, incluiu a região Norte no plano de expansão da rede, pois acredita que as capitais têm potencial para receber unidades da marca, principalmente por ser um novo nicho do setor que foca em Saúde e Educação Emocional, fugindo das tradicionais ofertas de negócios existentes no local.

O objetivo da rede é ministrar cursos de educação e saúde emocional, aspecto que interfere no dia a dia de todos os cidadãos brasileiros. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a depressão será a doença mais comum do mundo e já é a principal causa de afastamento do trabalho em todo o país.

“Estamos selecionando possíveis parceiros e um dos critérios avaliados para esta escolha é que eles tenham uma conduta social com a população. É primordial que eles acompanhem a qualidade de ensino, com disciplinas formatadas por psicólogos, assim como a evolução de cada aluno presente na rede”, reforça o presidente do Augusto Cury Cursos, Bruno de Oliveira.

Outro diferencial do instituto é levar mais uma oportunidade de negócio, junto com a franquia Augusto Cury Cursos, para empresários da região Norte. É uma proposta similar a marca Augusto Cury Cursos, porém, com foco em crianças e adolescentes.

Neste caso a metodologia é aplicada nas escolas públicas e privadas e o modelo de negócio será repassado, junto com a bandeira Augusto Cury Cursos, aumentando a rentabilidade do franqueado.

“O objetivo com esta ação é impulsionar o negócio, trazendo dois canais de rentabilidade para o empresário”, finaliza Oliveira que estima a inauguração de 30 unidades em todo o país.

Raio X
Empresa: Augusto Cury Cursos
Investimento inicial: De R$ 250 mil a R$ 334 mil
Previsão de retorno do investimento: De 20 a 30 meses
Faturamento mensal bruto (média): De R$ 80 mil a R$ 100 mil
Lucratividade: De 20% a 25%

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Dia Mundial da Água: Petrobras economizou mais de 24 bilhões de litros em 2013

A Petrobras tem buscado conjugar o sucesso nos negócios com o desenvolvimento sustentável, com ações como o uso racional e eficiente da água. Em 2013, o volume de água reusada pela Petrobras superou 24 bilhões de litros, quantidade suficiente para suprir 11% das atividades da Companhia e abastecer uma cidade de cerca de 600 mil habitantes por um ano. O volume é quase 3% superior em relação ao ano anterior, quando foram reutilizados 23,5 bilhões de litros.

De modo a identificar as unidades prioritárias para aplicação de medidas de racionalização do uso de água e colaborar para o planejamento de novos empreendimentos, a Petrobras realiza estudos de avaliação de disponibilidade hídrica em bacias hidrográficas onde estão localizadas suas instalações. Em 2013, estudos dessa natureza foram concluídos para unidades que, em conjunto, respondem por cerca de 60% do total da água doce captada pela Companhia.

Reuso de água
Em julho de 2012, o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) iniciou a operação da Estação de Tratamento e Reuso de Água (ETRA), responsável pelo tratamento dos esgotos sanitários e industriais de todo o complexo Cenpes. Em um ano e meio de funcionamento, a Estação trouxe ganhos, como o aproveitamento da água de reuso gerada – 280 milhões de litros. A economia foi equivalente a R$ 8,3 milhões em tratamento de esgoto e em fornecimento de água pelo sistema público.

Além da ETRA, o sistema de captação da água da chuva de telhados e pisos para a utilização em bacias sanitárias e irrigação contribui, adicionalmente, para a economia anual de cerca de R$ 2,5 milhões.

Das 13 unidades de refino da Petrobras no Brasil, três dispõem de planta de reaproveitamento de efluente final: Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Paraná; e Refinaria Henrique Lage (Revap), no Vale do Paraíba (SP). Um dos processos pioneiros no mundo para reúso de efluentes é realizado na Regap.

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ACREANAS

* Itaan Arruda

“O último brasileiro”

Contava o ano de 2000 e os jornais, cada um a sua maneira, faziam reportagens especiais sobre a “virada do século”. O clichê centenário vinha de várias formas. Eis que o periódico Folha de S. Paulo resolveu tratar do tema da seguinte maneira: “o Brasil dos paradoxos na virada do milênio”.

Diversos repórteres da Folha mostravam como havia no país regiões “extremamente desenvolvidas” e outras que viviam ainda “no século XVIII”. E, claro, a parte “atrasada” da história foi contada onde, leitor?

Para o olhar paulistano, o atraso só podia estar por aqui. E lá veio o repórter: óculos de aros escuros e grossos, pele branquinha, cabelos pretos, lisos e partidos de lado. Magro feito uma taboca. Olheiras. Assim que pode, foi direto para Mâncio Lima.

Lá chegando, foi visitar uma comunidade distante da cidade um dia de barco, já dentro do Parque Nacional da Serra do Divisor. Conversou com um Damião, extrativista. Mostrou como “o pobre” do homem morava.

A vida simples, sem regalias: marca na vida de todo extrativista. Mas, ao menos pela foto, o Damião era homem de boa saúde nos seus quase 60 anos. Exibia até algum músculo torneado nos braços e pernas: camisa surrada de campanha política, a bermuda velha, o bigode grisalho e mal aparado. O sorriso insistente.

Com ele, mulher e seis filhos. Todos saudáveis. Alguns, claro, nus. Pela foto, eram pequenos: ainda era permitida a ousadia naquela idade. Uns comendo banana. Outros com o rosto sujo de açaí. A esposa, Tereza, era devota de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Mas, em toda história, o que chamou atenção foi a declaração do extrativista. Um depoimento que se harmonizava com a manchete já pronta do periódico paulistano.

Disse o Damião. “Ah! Meu filho! Eu sou o último brasileiro! Depois de mim…” e apontou com os lábios a floresta que lhe acolhia pelas costas… “só existe bicho e mato. Mas, eu sou feliz aqui. Por Deus, nosso Senhor…!” E, nesse momento, tirou rapidamente o boné da cabeça em gesto de reverência, olhando para o céu. “Não troco isso aqui por nada desse mundo”.

Comparada às outras realidades da reportagem, a declaração do Damião Extrativista teve o tom da resignação dos ignorantes: contrastada com a “sofisticação” dos laboratórios de Física da USP e a rotina paulistana “desenvolvida”, o nosso “último brasileiro” daqui naturalmente, acabou sendo o “coitadinho” da história.

O leitor era conduzido a pensar: “tadinho: tão pobre e tão feliz na sua miséria”. Era a sensação de quem lia a reportagem. E aí o clichê fatal: “Esse Brasil, na virada de milênio, continua o Brasil dos paradoxos”.

Ninguém sabe como está o Damião Extrativista hoje. Pode ter morrido. Pode ter sido picado por uma cobra. Ou ofendido o Mapinguari. Pode ter sido morto por um grupo de traficantes peruanos que transitam livremente na região transportando cocaína e cooptando famílias com remédios e comida.

Pode estar vivo. Pode ter sido contemplado com o Luz para Todos e apagado a lamparina. Pode estar recebendo o Bolsa-Família. Pode estar vivo e bravo com a movimentação da Petrobras no seu quintal.

Ou pode mandar às favas tudo isso e continuar teimando na ousadia de ser feliz ao seu modo. Pode estar vivo e ainda lutando contra a ideia que lhe foi imposta de que, com aquele modo de vida, a única condição que lhe cabe é a de ser o último brasileiro. Como estará o Damião Extrativista?

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Governo quer autorização permanente para efetivar comércio com o Peru

ITAAN ARRUDA

Na última sexta-feira, a Agência Nacional de Transportes Terrestres publicou no Diário Oficial da União uma lista de empresas acreanas que podem efetivar comércio com o Peru pela estrada Interoceânica, dada a situação extraordinária de risco de desabastecimento por causa da enchente do Rio Madeira.

São elas: Acre Serviços de Limpeza, Amazônia Transporte, Agroboi Importação e Exportação, Acre Madeira & Energia Alternativa, Adinn Construção e Pavimentação e Aba Comércio e Materiais de Construção e Transporte.

O isolamento imposto ao Acre pela cheia do Rio Madeira forçou o Governo do Acre a priorizar efetivamente a integração econômica com o Peru. E isso significa, na prática, aumentar a pressão junto aos órgãos normatizadores em Brasília para que estabeleça novas referências no comércio das regiões de fronteira.

“A cheia do Madeira deixou claro que o Acre precisa de alternativas de abastecimento, e a interoceânica é uma dessas”, avaliou, em declaração à assessoria de governo, o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Florestal, Fábio Vaz. “Nossa luta agora será fazer com que essa resolução da ANTT não seja apenas por 90 dias, mas que seja permanente”, afirma Vaz.

Desde meados de fevereiro, quando foi feita a primeira interrupção da BR-364 entre Porto Velho e Rio Branco, que o Acre corria risco de desabastecimento. A situação pegou desprevenido a todos e surpreendeu o Palácio Rio Branco que viu a iminência de desabastecimento se concretizar em, no máximo, três semanas.

Era preciso agir rápido e, por isso, a articulação feita pessoalmente pelo governador Tião Viana com o Governo Federal, diretamente ao Gabinete Civil da Presidência da República.
Na prática, a autorização da ANTT possibilita que as empresas do Acre tenham acesso aos pontos de fiscalização habilitados pelo governo peruano entre Brasil e Peru com menos burocracia. A lógica é agilizar o abastecimento de produtos básicos.

Por exemplo, os artigos que garantem o tratamento de água feito pelo Departamento de Estado de Água e Saneamento estão em Porto Velho, aguardando a estrada ser liberada. Se não houver a possibilidade de compra desses produtos no Peru a manutenção da gestão da água na Capital pode ficar comprometida.

Hortifrutigranjeiros, cimento, trigo são outros exemplos de produtos que podem vir a ter fluxo intensificado entre Acre e Peru. A lógica palaciana é que, para além dos problemas do isolamento, esse dinamismo do comércio na fronteira se consolide.

Receita Federal – A Agência Nacional de Transportes Terrestres encaminha a resolução à Receita Federal e ao órgão similar do Peru para garantir o fluxo de mercadorias pelas empresas citadas.

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BNDES e adiamento do ICMS amenizam, mas pequenos comerciantes continuam em dificuldades

ITAAN ARRUDA

O senador Jorge Viana (PT/AC) se reúne, nesta terça-feira, com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho, para tratar da abertura da linha de crédito da ordem de R$ 100 milhões para beneficiar empresas acreanas prejudicadas com o isolamento causado pela cheia histórica do Rio Madeira. O encontro está previsto para acontecer em Brasília.

A abertura dessa linha de crédito e o adiamento do pagamento do ICMS às empresas prejudicadas pelo isolamento são medidas extraordinárias e emergenciais, mas devem se mostrar ineficazes, caso o problema se estenda por mais de 40 dias.

Quem tem acesso a esse tipo de dinheiro barato do BNDES (5,5% ao ano) são empresas com melhor estrutura e solidez financeira. O pequeno comerciante, o micro-empresário dificilmente tem acesso a esses recursos.

Muitos não têm nem documentação necessária. Ou, se têm, não estão “em dia” com os pagamentos de tributos e impossibilitados de retirar as certidões necessárias. Mas, o esforço em busca de possibilidade de recursos é válido.

Tanto é que partiu da própria iniciativa privada a possibilidade de adiamento de cobrança da primeira parcela do ICMS por parte do fisco estadual. A reportagem do Acre Economia procurou os gestores da Secretaria de Estado de Fazenda para saber o que as empresas teriam que fazer para receber o benefício.

Até o fechamento desta edição, nenhum gestor da Sefaz se pronunciou sobre o assunto. Outra dúvida que precisa ser esclarecida pela Secretaria de Fazenda diz respeito às cifras envolvidas.

Qual a estimativa do Governo em relação à diminuição de receita com essa medida? Existe possibilidade de renúncia desse tributo dado os prejuízos que as empresas sofreram? Ou é apenas um adiamento da cobrança mesmo?

BNDESPar deve ser a alternativa
A subsidiária BNDES Participações S/A deve ser a estrutura do banco que deve ser acionada para efetivar o socorro às empresas acreanas. O BNDESPar tem por objeto social apoiar empresas que tenham maior solidez e capacidade de retorno.

Com 60,3 bilhões de capital social, o BNDESPar tem muita gordura para gastar. Na prática, no entanto, o acesso aos recursos é conquistado por meio de uma síntese que mistura competência na elaboração de bons projetos por parte da empresa e muita articulação política.

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Pós-vazante do Madeira exigirá eficácia da bancada federal

ITAAN ARRUDA

De acordo com o governador Tião Viana, o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transporte (Dnit) estima que os trechos da BR-364 entre Porto Velho e Rio Branco que sofreram abalos na estrutura devem exigir recursos da ordem de R$ 200 milhões. Somente nos trechos que foram identificados até o momento.

Com a vazante, que deve ocorrer entre os meses de abril e maio, existe a possibilidade de que outros pontos da estrada tenham rachaduras e fissuras que comprometem o trânsito com segurança. E aí, o custo deve aumentar ainda mais.

Nesse aspecto, o trabalho da bancada federal deverá ser vital nesse ano atípico. Sem articulação política que coloque a BR-364 na agenda do Dnit, a situação vai piorar muito mais para as empresas daqui.

Levando em conta que após a Copa do Mundo de Futebol a prioridade é campanha eleitoral, os parlamentares do Acre precisam mostrar eficácia nessa agenda junto ao Dnit imediatamente.

Se o próximo verão for desperdiçado pelo Departamento, as cenas de caminhões se desmontando em meio à estrada esburacada, com desvios improvisados, vão ser comuns.

Categories: Acre Economia
A Gazeta do Acre: