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Com 1,40 m de águas cobrindo a pista, BR-364 ficará fechada por pelo menos quatro dias, afirma o governador Tião Viana

A BR-364 está fechada desde ontem, 20, após dois trechos da estrada, nas regiões do Mutum e de Jaci-Paraná, apresentarem falhas e perigo de trafegabilidade. De acordo com o Dnit, o nível da água atingiu a altura de 1,40m acima da pista entre o km 868 e o km 862, em Rondônia. No local estão sendo construídos ancoradouros alternativos para que estes trechos alagados da rodovia sejam transpostos com o auxílio de balsas.

No entanto, a balsa só deve operar em torno de 4 dias, segundo a expectativa do Dnit. E atenderá, prioritariamente, o transporte de gêneros de primeira necessidade, ou seja, alimentos, medicamentos e combustível, com destino às comunidades do Acre e do oeste de Rondônia.

Em coletiva de imprensa realizada ontem, 20, o governador Tião Viana explicou a gravidade da situação e afirmou que todos os esforços para garantir o abastecimento do Estado estão sendo feitos. De acordo com ele, o prejuízo anunciado pelo Governo de Rondônia já é de mais de R$ 1 bilhão. Além disso, apontou que o limite aceitável do nível do Rio Madeira era de 12,20 metros. “A situação deve se estender pelos próximos 40 dias, segundo as previsões mais otimistas”, declara.

Em sobrevoo aos trechos alagados da BR-364, o governador alegou ter encontrado dezenas de caminhões quebrados, com motoristas e familiares aflitos. “A hidrelétrica de Jirau está realizando seu trabalho permanente e intenso no local com seus engenheiros. Eles estão fazendo um acesso de 3 km como alternativa e outro acesso de pelo menos 5 km. Um porto da hidrelétrica de Santo Antônio vai permitir que os caminhões façam o tráfego passando pelo acesso da hidrelétrica de Jirau, em Jaci-Paraná”, explica.

Ainda de acordo com Tião Viana, a balsa do Abunã também está incluída na estratégia. “Eles vão fazer um acesso que gerará despesa de R$ 1,2 milhão para fazer o transporte dos caminhões numa fase de 30 dias, se tudo correr bem”, informa.

A expectativa do governo, com o Dnit e a Polícia Rodoviária Federal, é de que haverá possibilidade de transportar de 40 a 90 caminhões, por dia. Isso vai manter a situação de abastecimento, afirma o governador.

Os empresários da área alimentícia fecharam um contrato de mais de R$ 5,4 mil toneladas adicionais de alimentos não-perecíveis. A estimativa é de que tal quantidade dure pelos próximos 40 dias, considerados os mais críticos para a região.

Sobre o aumento no valor dos alimentos, o empresário Ádem Araújo, dono da rede de supermercados Araújo, prometeu uma redução nos próximos dias. “Já estamos tendo prejuízos, mas fazemos o possível para não repassar isso ao consumidor. Vamos reduzir o preço do vilão da enchente, que foi o tomate”, promete.

Em Cruzeiro do Sul, na última quarta, 19, chegaram cerca de 12 milhões de litros de combustíveis. No momento, mais 16 mil litros do produto estão sendo trazidos de Manaus/AM para o Acre. A rota de comércio com o Peru também foi aberta definitivamente. (Foto: Brenna Amâncio/ A GAZETA)

Tião Viana se reúne com Confúcio Moura e sobrevoa trecho da BR inundada em Rondônia
O governador Tião Viana está nesta quinta-feira, 20, em Rondônia para participar de reuniões para definir e discutir novas estratégias de logística para assegurar o abastecimento de bens de consumo da população acreana.

A primeira reunião de Tião Viana, em Porto Velho, foi no Palácio do Governo de Rondônia com o governador Confúcio Moura, vice-governador Airton Pedro Gurgacz e o prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif.

Acompanhado de equipe de governo e empresários do Acre dos setores de bens de consumo, Tião Viana aproveitou a reunião para agradecer o apoio e a solidariedade que o Acre tem recebido dos órgãos federais e rondonienses, em especial da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

“O Rio Acre já apresenta uma vazante considerável. Mas, em Rondônia a situação do Rio Madeira, que nesta quinta-feira, às 8h marcava 19,31m, nos preocupa muito. Estamos aqui para discutir uma intervenção, com autorização e apoio do governo de Rondônia, do Dnit e PRF para não termos interrupção do tráfego na estrada e garantir a logística de abastecimento do nosso Estado”, declarou o governador acreano.


(Foto: Gleilson Miranda/ Secom)

Alternativas para abastecimento
Tião Viana disse a Confúcio Moura que atualmente o Acre registra 70% de comprometimento de seu abastecimento regular. “Com os 30% de abastecimento que estamos mantendo com ajuda da Força Aérea Brasileira e do Dnit e PRF que ajudam na passagem de caminhões pela BR estamos quase fazendo uma mágica para manter o Acre abastecido”, comentou.

Confúcio Moura assegurou que o Acre, bem como o governo acreano, continuará recebendo apoio no que for possível. “No infortúnio é que a gente fica mais unido”, observou.

A meta, de acordo com Tião Viana, é que neste período crítico pelo menos 30 caminhões consigam trafegar até o território acreano para atender o Estado no que for essencial em bens de consumo. Mas, caso seja necessário interromper o tráfego na via por tempo indeterminado o governo acreano já viabiliza alternativas.

“Temos um entendimento de dois atalhos por balsas em Jaci-Paraná e outra para transporte de alimentos e bens de consumo, ao mesmo tempo, estamos recorrendo a uma balsa que está saindo de Porto Velho indo ao Amazonas, subindo o Purus e subindo o Rio Acre e outra saindo de Manaus que estão nos atendendo com gás, combustíveis e bens duráveis por via fluvial enquanto o Rio Acre e Purus não fiquem com seus níveis comprometidos”, detalha Tião Viana.

Confúcio Moura revelou que tem mantido contato diário com Tião Viana via telefone para dividir as responsabilidades e auxílios na questão da cheia do Rio Madeira. “Hoje Tião veio para analisar a situação em Jaci-Paraná, junto com a equipe dele e já está fazendo um estudo de um desvio e uma balsa que será utilizada pelo estado de Rondônia também. Essa balsa será importante, a única possibilidade de transporte para a região que está inundada e há possibilidade de ter outro desvio no Abunã”, concluiu Moura.

Após a reunião, Tião Viana seguiu para um sobrevoo nas áreas inundadas da BR-364 acompanhado pelo inspetor da PRF, João Bosco Ribeiro e pelo superintendente do Dnit, Fabiano Martins. (Nayanne Santana / Agência Acre)

ANTT autoriza transporte de mercadorias entre Peru e Acre
Na edição do Diário Oficial da União desta sexta-feira, 21, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publica a resolução de número 4.289, que concede autorização para o transporte de mercadorias oriundas do Peru, pelo prazo de 90 dias, a fim de evitar o desabastecimento do Acre, que está isolado do restante do país por terra, devido à cheia do Rio Madeira, em Rondônia.

Levando em conta a situação de emergência decretada pelo governador Tião Viana, a medida lista as empresas e cooperativas de transporte rodoviário de cargas, sediadas no Acre, que poderão realizar o transporte de mercadorias do país vizinho para o Estado. Com isso, as companhias terão acesso aos pontos habilitados de fiscalização aduaneira existentes entre o Brasil e o Peru.

A ANTT determina, ainda, que a resolução seja encaminhada à Receita Federal do Brasil e ao organismo peruano competente, para permitir a condução das mercadorias pelos dois países. Entre as muitas empresas listadas pela agência, estão a Acre Serviços de Limpeza, Amazônia Transporte, Agroboi Importação e Exportação, Acre Madeira & Energia Alternativa, Adinn Construção e Pavimentação e Aba Comércio de Materiais de Construção e Transporte. (Romerito Aquino / Agência Acre)


Polícia Rodoviária Federal limita ainda
mais o tráfego de veículos da BR-364


BRUNA LOPES

Devido ao aumento no nível da água que cobre quatro pontos da BR-364, a Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Nacional de Infra Estrutura e Transporte (Dnit) em Rondônia decidiram que, a partir desta sexta-feira (21), a travessia para o Acre será permitida apenas para caminhões transportando alimentos e combustível.

A medida foi confirmada ontem (20), pelo inspetor João Bosco Ribeiro, da PRF, durante reunião com os governadores Tião Viana (Acre) e Confúcio Moura (Rondônia).

“Iremos checar as notas das mercadorias e, se elas indicarem como destino uma localidade que não seja o Acre ou a região de Guajará-Mirim e do Abunã, pediremos para o motorista retornar. Os trechos inundados estão a cada dia mais críticos. A PRF e o Dnit só estão mantendo a passagem dos veículos de carga, devido à necessidade de abastecer o Acre”, disse Ribeiro aos governadores.

De acordo com a PRF, com a rodovia em condições normais, cerca de 500 carretas seguiam para o Acre, diariamente. Com o aumento do nível do Madeira, este fluxo caiu quase em 90%.
Caso o Acre alugue balsas para transportar os caminhões, a travessia vai durar cerca de 14h até a margem do Rio Abunã.

“Em Rondônia, a situação do Rio Madeira, que nesta quinta-feira marcava 19,31m, nos preocupa muito. Estamos aqui para discutir uma intervenção, com a autorização e apoio do Governo de Rondônia, do Dnit e da PRF, para não termos interrupção do tráfego na estrada e garantir a logística de abastecimento do nosso Estado”, declarou Tião Viana.

A meta, de acordo com Tião Viana, é que neste período crítico pelo menos 30 caminhões consigam trafegar até o território acreano para atender o Estado no que for essencial em bens de consumo. Mas, caso seja necessário interromper o tráfego na via por tempo indeterminado, o governo acreano já viabiliza alternativas.

“Temos um entendimento de dois atalhos por balsas em Jaci-Paraná e outra para transporte de alimentos e bens de consumo. Ao mesmo tempo, estamos recorrendo a uma balsa que está saindo de Porto Velho e indo ao Amazonas, subindo o Purus e subindo o Rio Acre e outra saindo de Manaus, que estão nos atendendo com gás, combustíveis e bens duráveis por via fluvial, enquanto o Rio Acre e o Purus não fiquem com seus níveis comprometidos”, detalhou o governador. (Com informações do site Rondoniagora.com/ Foto: Josenir Melo)


Tião Viana acompanha soluções de logística empregadas na BR-364

O governador Tião Viana e o governador de Rondônia, Confúcio Moura estão verificando as áreas alagadas da BR-364 e acompanhando as soluções de logística que já foram empregadas pelo Governo do Estado até o momento.

Antes de visitar as áreas alagadas os dois governadores reuniram-se no Palácio do Governo com representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O nível do Rio Madeira continua aumentando, na medição realizada às 6 h desta quinta-feira, 20, apresentava 19,31m. A previsão é de que a tendência de elevação dos índices siga até a segunda quinzena de abril.

“Temos que trabalhar com a perspectiva de que teremos este cenário por mais 40 dias. A estrada está com sua estrutura abalada e a situação é muito delicada. A cada vez que o nível sobe, aumenta também a nossa dificuldade logística”, disse o governador Tião Viana. (Agência Acre)

Cheia do Madeira alcança níveis alarmantes, diz Jorge Viana no SenadoCheia do Madeira alcança níveis alarmantes, diz Jorge Viana no Senado
O senador Jorge Viana voltou a ocupar nesta quinta-feira, 20, a tribuna do Senado para expressar sua preocupação com os impactos da cheia do Rio Madeira na economia e no abastecimento do Estado. Ele lembrou que a região enfrenta as consequências da maior cheia da história, o que causou a interdição parcial da BR-364. “Trata-se de uma cheia que atinge Bolívia, Peru, Acre, Rondônia e agora Amazonas e que não encontra precedentes nos últimos cem anos. Peço a união de todos num esforço para juntos superarmos esse enorme desafio que afeta a vida dos acreanos”, disse.

O senador apresentou fotos do jornalista Josenir Melo que mostram o mar de água que se transformou a estrada, onde um barco e um caminhão lado a lado disputam espaço no rio. O Rio Madeira subiu mais. Atingiu 19,35 metros hoje. As informações são de que as chuvas aumentaram no Rio Beni, na Bolívia e a Agência Nacional de Águas (ANA) prevê que o Madeira pode chegar a 19,50 metros até o começo de começo de abril.

“O nível do rio é alarmante. Lamentavelmente as notícias não são boas e acertadamente, o governador Tião Viana está propondo que nos trechos alagados da estrada a travessia seja feita por balsa”, disse. Antes do pronunciamento, o senador conversou por telefone com o governador Tião Viana que esteve em Rondônia nesta quinta-feira tratando da gravidade da situação com o governador Confúcio Moura, além das novas medidas para assegurar o tráfego de caminhões na BR-364, garantindo assim o abastecimento do Estado.

Jorge Viana falou ainda dos ofícios que encaminhou ao Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e BNDES reivindicando abertura de linhas de crédito com carência adequada para o setor produtivo acreano, em especial o comércio, que tem sido fortemente prejudicado pela cheia do Madeira. “Essa linha de crédito especial, com juros diferenciados e carência adequada, vai socorrer todo o setor produtivo acreano, especialmente o comércio, como forma de evitar um colapso na atividade econômica local”, disse.

Antes da sessão, Jorge Viana conversou, por telefone, com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho sobre a gravidade da situação e a necessidade dessa linha de crédito. O senador deve se reunir com o presidente do BNDES na próxima terça-feira em Brasília para tratar da questão.

 ”Há dois trechos interditados na estrada. Em alguns desses trechos, a lâmina d’água é de mais de 1,20m acima do leito da BR. Trata-se de uma travessia de alto risco. Graças ao apoio da Força Aérea, produtos de primeira necessidade estão sendo levados para Rio Branco, assim como material hospitalar, mas esse apoio ainda é muito tênue. É pequeno. Por isso faço daqui da tribuna esse alerta. A situação é da maior gravidade para um estado que tem mais de 800 mil habitantes. Cada foto da travessia, que vem sendo feita pelos caminhoneiros e dos trechos críticos da estrada nos assusta mais que a outra”, disse o senador acreano que destacou ainda o trabalho que vem sendo realizado por Tião Viana há mais de 1 mês para garantir o abastecimento do Estado. (Assessoria Parlamentar)


Mais de nove milhões de
litros de combustível chegam ao Acre até abril

Pelo menos nove milhões e meio de litros de combustível, divididos entre gasolina e diesel, chegam ao Estado em duas remessas até o mês de abril. A estratégia de transporte montada para as balsas que trazem os produtos utiliza a cidade de Porto Acre como local de descarregamento.

A informação foi repassada durante reunião ocorrida nesta quinta-feira, 20, com representantes do Governo do Estado, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), empresários do setor e o prefeito de Porto Acre.

Segundo Nazareth Araújo, subchefe da Casa Civil, o governo está em permanente esforço para garantir que o estado não sofra desabastecimento de produtos. O encontro foi articulado para apresentar a estrutura exigida do município e as parcerias necessárias.

As duas bandeiras de combustíveis são as responsáveis pelo carregamento, transporte e logística. Os 6,2 milhões de litros referentes à primeira remessa pertencem aos postos de bandeira BR e têm previsão para chegar a Porto Acre na próxima segunda-feira, 24.

“Nossas empresas estão fazendo uma parceria no transporte dessa carga. As mesmas balsas que trazem os produtos da BR também trarão os da Ipiranga, e cada uma vai seguir a sua forma de distribuição”, explica Antônio Carlos Kohn, representante de uma das marcas.

A escolha por Porto Acre foi definida pela profundidade do rio necessária para que a balsa tenha condições de navegar. Com o auxílio do Detran, Deracre, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Defesa Civil Estadual, o município prepara as estratégias de segurança para a operação.

“Nosso município é pequeno, e em uma ação como essa vamos precisar de muito apoio”, afirmou Antonio Carlos Portela, prefeito de Porto Acre. (Agência Acre/ Foto: Defesa Civil)

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