O prefeito Fernando Haddad (PT) classificou com deselegante a polêmica entre o governador do Acre, Tião Viana (PT) e o governo de São Paulo sobre a vinda de haitianos para a capital. De acordo com ele, esta é uma forma de rebaixar o debate sobre o tema.
“Não podemos rebaixar ao debate político como está acontecendo. É preciso solidariedade neste momento. Não tem sido elegante o debate”, afirmou o prefeito.
A chegada dos estrangeiros à São Paulo criou um atrito político entre o governo acreano e paulista, nos últimos dias.
Na semana passada, o governador Tião Viana chegou a dizer que a “elite paulistana” é “higienista” por não querer que o Acre envie haitianos para o Sudeste. Antes disso, a secretária de Justiça do governo Alckmin (PSDB), Eloisa Arruda, havia chamado de “irresponsável” a ação de enviar imigrantes sem aviso prévio.
Haddad participou ontem da cerimônia de posse dos representantes eleitos para a cadeira extraordinária de imigrante do Conselho Participativo Municipal. Na agenda, o prefeito ainda disse que é necessário um trabalho coordenado entre Acre e SP.
“O ideal é que possamos nos organizar. São Paulo é uma cidade que recebe imigrantes do mundo inteiro todos os dias. Sabemos da questão humanitária do Haiti, mas se trabalharmos com antecedência, dando o mínimo tempo para que as estruturas do Estado e do município possam estar preparadas, é melhor”, disse Haddad.
Na madrugada de ontem, outros dois ônibus com haitianos chegou a São Paulo. Mais 200 são esperados até o fim de semana. Por enquanto os estrangeiros estão sendo recebidos pela Missão Paz, pastoral que cuida de imigrantes em São Paulo.
Abrigos públicos e casas de parentes também são utilizados para acolher os haitianos. Desde 2011, 2.000 chegaram a São Paulo. Somente no último mês, 500 chegaram à cidade vindos do Acre.