TIAGO MARTINELLO
O nível do Rio Madeira continua caindo em Porto Velho. Na última sexta-feira (11), o rio rondoniense apresentava um volume de 19,42 metros no começo do dia. Durante o final de semana, o Madeira perdeu mais de 40 centímetros, principalmente no domingo. Já no final da tarde de ontem, 14, ele ficou na marca dos 18,99m na medição da Agência Nacional das Águas (ANA). É a primeira vez neste mês que o Madeira fica abaixo dos 19 metros.
Desde que começou com os sinais de vazante, há cerca de 2 semanas e meia, o rio já perdeu mais de 75 cm de água. Na ocasião, ele atingiu o seu ponto máximo em 19,74m, no dia 30 de março. Em alguns distritos nos arredores de Porto Velho, já na divisa do Acre com o estado vizinho, o Rio Madeira perdeu ainda mais volume. Foram mais de 1,30m a menos nas lâminas de água que se formavam nas estradas, trilhas, florestas e vilarejos rondonienses.
Com a perda da água, especialmente nos trechos de estrada, a BR-364 finalmente foi liberada ontem para o tráfego não apenas de carretas e caminhões, mas também para veículos de menor porte. Ainda assim, apesar da liberação, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) alerta para uma série de cuidados que é preciso ter na estrada, que ainda está encoberta com 40cm de água em alguns poucos pontos, mas em outros mais críticos já ficou seca.
A estrada estava interditada há mais de 60 dias.
O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) ainda não aconselha que veículos de passeio cruzem pela estrada, mantendo a prioridade aos caminhões.
No Abunã, a travessia estava sendo feita em até 3 horas e meia de balsa, mas agora voltará a ser feita em cerca de meia hora. Algumas balsas já foram até desativadas.
Apesar da baixa, os ribeirinhos e moradores dos distritos nos limites com o Acre creem que o rio deve ter algum repiquete para esta semana. Por tradições antigas e conhecimentos empíricos sobre o rio na região, eles acreditam que sempre perto da Páscoa o Madeira enche um pouco e apresenta algum repiquete dos seus rios de cabeceira (Beni, Mamoré, Madre de Dios, entre outros). A passagem de muitos troncos nos distritos reforçam esta convicção dos moradores.
Só que esta previsão tradicional não está se confirmando, conforme as vazantes do Madeira.