O boato de que o vírus Ebola estaria em circulação nas cidades acreanas que abrigam os imigrantes haitianos, senegaleses e de alguns países africanos, como Guiné e Senegal foi desmentido pela diretora de vigilância epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde, Izanelda Magalhães.
Segundo ela, não há possibilidade de uma pessoa portando esse vírus mortal, sobreviver a desgaste viagem até o Acre. “Os imigrantes chegam ao Estado desidratados, pois as dificuldades são muitas durante a viagem. Pessoas com doenças mortais como a cólera ou o ebola não teriam resistência para chegar aqui”, completa.
As doenças mais comuns apresentadas pelos imigrantes são: diarreia, inflamação na garganta e dores musculares. O rumor de que o vírus Ebola poderia ter chegado ao Acre foi divulgado por webjornais e blogs da fronteira que confirmam a chegada de centenas de imigrantes africanos, vindos, principalmente, da Guiné e do Senegal, onde a organização Médicos sem Fronteiras diz haver uma epidemia sem precedentes do vírus.
Ao entrar no país, os imigrantes realizam testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite. “Além disso, aplicamos vacinas contra febre amarela e hepatite, também é oferecida uma consulta médica para uma melhor análise das condições da pessoa. Em caso de detecção de alguma doença, o tratamento é iniciado, assim como acontece com os acreanos”, explica Izanelda.
Alguns inclusive já chegam com a carteira vacinal a Sesacre apenas atualiza. “O período de incubação da doença é menor que o tempo da viagem até o Acre. Por isso, descartamos qualquer possibilidade da circulação do vírus”, detalha Izanelda.
Por ser a porta de entrada no Brasil para os imigrantes, a secretaria procura garantir a continuação do tratamento no Estado para eles vão fixar residência. “Avisamos para a Secretaria Municipal do Estado para onde o imigrante vai trabalhar para realizar uma busca ativa com o objetivo da dar continuidade ao tratamento”, esclarece a diretora.
Como os imigrantes utilizam o Acre como corredor para outros estados, a continuação do tratamento das doenças diagnosticadas aqui
Sobre o vírus Ebola
A respeito do vírus, é importante ressaltar que, de acordo com a catalogação médica, é um dos mais perigosos da atualidade. A grave enfermidade, que leva frequentemente à morte, é causada pelo vírus que originou o nome da doença.
Após o período de incubação, de 2 a 21 dias, o vírus provoca uma forte febre, com dores de cabeça e musculares, conjuntivite e fraqueza generalizada. Em um segundo momento, os sintomas são vômito, diarreia e, às vezes, erupção cutânea.
Fatal, a doença é acompanhada por hemorragias internas e externas, em quase metade dos casos. O vírus foi identificado pela primeira vez em 1976, após algumas epidemias graves em Nzara, província oeste-equatorial do Sudão, assim como em Yambuku, uma região vizinha no norte do Zaire (atual República Democrática do Congo).
Desde a sua descoberta, cerca de 2 mil casos – dos quais 1,3 mil foram fatais -, já foram identificados. A última epidemia matou 224 pessoas em Uganda, entre outubro de 2000 e março de 2001. No fim de 2007, mais de cem pessoas foram infectadas com o vírus, no país.