O presidente da Assembleia Legislativa do Acre, deputado Élson Santiago (PEN), rebateu as críticas feitas à Mesa Diretora, por parlamentares, na última semana, que cobraram a presença mais efetiva de membros ligados à presidência da Casa.
Santiago considerou inadmissíveis as considerações feitas diretamente a ele. O deputado justificou sua ausência às sessões e afirmou que se deu em função de expedientes fora do parlamento como reuniões com representantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC).
“Eu fiquei surpreso com o comportamento de alguns parlamentares que cobraram a presença de membros da Mesa Diretora. Eu quero dizer que em 25 anos de parlamento eu não falto às sessões. Eu não vou admitir puxões de orelhas aqui. Quer criticar que nomeie os parlamentares, mas não generalize”, desabafou o presidente do parlamento acreano.
O parlamentar também alfinetou os pares ao afirmar “que enquanto muitos deputados estão em campanha, eu estou cuidando dos assuntos dessa Casa. Repito, não vou ceder à pressão e nem admitir puxões de orelha”, advertiu.
A irritação de Élson Santiago se deu por conta da sessão da última quinta-feira, 24, em que deputados, tanto governistas quanto de oposição, cobraram melhorias nos serviços de divulgação dos trabalhos legislativos, bem como a instalação de uma TV Legislativa, além da presença de deputados em plenário que, na ocasião, tinha um quórum reduzido a sete parlamentares apenas.
Durante a sessão, poucos deputados ousaram a comentar as declarações de Santiago. O deputado Jamil Asfury (PEN), que também faz parte da Mesa, manifestou apoio a Santiago. Disse que se deve nomear os faltosos.
Já o deputado José Luís Tchê (PDT) manteve a mesma postura tomada na sessão de quinta. Argumentou que todos são conhecedores das suas responsabilidades e acrescentou que não cabe a ele ensinar deputado a exercer seus mandatos.
“Eu nem quero entrar nessa polêmica porque cada um é maior de idade e vacinado”, completou o pedetista.
A deputada Antônia Sales (PMDB) comentou as declarações de Santiago. Afirmou que as atribuições parlamentares não se restringem apenas ao comparecimento às sessões. A deputada disse que sua ausência se justifica pelas visitas feitas às cabeceiras dos rios, no Alto Juruá, todos os anos. Sales destacou que não se pode falar na tribuna daquilo que lhe é estranho, por isso é necessário estar próximo do povo para saber suas necessidades e reivindicá-las.
“Não sou preguiçosa para ficar apenas sentada aqui olhando para o teto. Se eu fizer isso eu não vou saber o que o povo precisa. Eu quero justificar ao povo a minha ausência e não aos colegas”.
Para apimentar o debate, o deputado Wherles Rocha (PSDB) cumpriu o prometido. Apresentou um projeto de Lei que obriga a Mesa a divulgar no inicio da sessão a agenda de cada parlamentar ausente em plenário. Segundo ele a ideia é fortalecer o parlamento e ‘separar o joio do trigo’.