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O crime definitivamente não compensa

Há mais de um ano trabalhando como repórter policial do programa Gazeta Alerta (TV Gazeta) tenho acompanhado de perto o crescimento da violência. Apesar do forte aparato do Estado, que responde com operações conjuntas das polícias Militar e Civil, a impunidade parece ser o principal incentivo para quem pretende se arriscar no submundo do crime.

Uma constatação: a maioria das pessoas presas pela polícia é de jovens entre 18 e 30 anos. Pessoas oriundas de famílias desestruturadas e até de gente influente da sociedade. O que dizer dos jovens de classe média que foram presos várias vezes pela polícia acusados de pertencer a gangue do “Tambor da Fechadura”.

Nas dezenas de homicídios e execuções ocorridos este ano, um em especial me chamou a atenção. Foi por volta das 23 horas deste domingo, 20. Um jovem identificado pela polícia como Cláudio Barbosa, 20 anos, morreu ao trocar tiros com um policial militar a paisano, durante uma tentativa frustrada de assalto a uma drogaria na rua Rio de Janeiro, bairro Floresta.

Durante entrevista, o delegado da Divisão de Investigações Criminais, Karlesso Nespoli, informou que o jovem morto havia cometido vários assaltos a lojas nos últimos meses. Em depoimento ao delegado na semana passada, Cláudio Barbosa disse que não pretendia abandonar o crime porque não havia outra forma de ganhar a vida. Com sua morte prematura durante o assalto ficou provado mais uma vez a tese que o crime definitivamente não compensa.

* Senildo Melo é jornalista.

A Gazeta do Acre: