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Palestino que vive no Acre há 46 anos acompanha os bombardeios em Gaza

Yusif El Shawwa mostra destroços que os bombardeios de Israel deixaram em Gaza

Israel e a Palestina vivem um momento de muita tensão na Faixa de Gaza. E, apesar de os conflitos ocorrerem no outro lado do mundo, uma família acreana com parentes na região vive todo o drama dos conflitos. É a família do palestino Yusif Awni El Shawwa, 67 anos. O empresário Yusif passa por dias tão difíceis que seu caso foi retratado até no Jornal Nacional, na edição da última quarta-feira, dia 23. Todo o Brasil viu.

Yusif está na cidade de Gaza (sua terra natal) desde abril. Ele não via sua mãe, irmãos e sobrinhos desde 2005. Então, decidiu visitá-los. Só que, no começo deste mês, a visita de Yusif se tornou um apoio a seus parentes para ajudá-los a passar pelos confrontos, seguidos dos bombardeios de Israel sobre Gaza. Inclusive, nesta semana a casa da mãe dele foi destruída durante um bombardeio, que deveria ter sido no imóvel vizinho.

Não há previsão de que ele volte ao Brasil. Yusif iria retornar no final deste mês, mas preferiu ficar até o fim do período do ramadã. O palestino que vive no Acre há mais de 45 anos diz que seu destino pertence à Allah e só Ele vai decidir se Yusif voltará para sua casa (leia-se para sua família aqui no Acre) ou se morrerá como um herói em Gaza.

Escombros da casa da mãe de Yusif, após bombas

(Fotos: Cedidas)

Ativista no Acre que defende palestinos elogia postura do Brasil

Lhé diz que ficou ofendido com a ridicularização que Israel fez do Brasil

Um dos maiores ativistas pela luta dos palestinos no Acre, Abrahim Farhat, o famoso ‘Lhé’, elogiou ontem a postura do Governo Federal e da presidenta Dilma Rousseff em marcar sua posição sobre os conflitos na Faixa de Gaza. Lhé disse que admira a presidente por ela não ter deixado de lado a questão e não poupou críticas ao governo de Israel por ter ignorado e desmerecido a atitude diplomática brasileira.

“A Dilma deu a cara a tapas para vir falar sobre os ataques desproporcionais que o povo de Israel está fazendo contra os palestinos. E, mesmo que os israelenses tenham criticado o Brasil, dizendo que somos um povo pequeno, nós estamos com ela”.

Lhé contou que está acompanhando de perto a onda de violência que vem se sucedendo na Faixa de Gaza, em ataques que os palestinos fizeram e que Israel agora está respondendo descomedidamente e sem piedade. O ativista disse que está muito triste pelo sofrimento do povo palestino e reforçou que este é um debate que todos os acreanos precisam tomar conhecimento.

“Não é porque os conflitos estão acontecendo bem longe daqui, no outro lado do mundo, que devemos fechar nossos olhos. Vivemos no mundo, e não numa terra só. Esta questão da Palestina com Israel não é só religiosa, como a maioria pensa. É uma questão jurídica. Em 29 de novembro de 1947, a ONU fez um acordo chamada de Tratado da Partilha, assinado por 55 países. Nele se estabelecia o Estado da Palestina”, afirmou Lhé.

Para explicar melhor, Lhé comparou o tratado da Partilha com o de Petrópolis, que separou o Acre da Bolívia. “A única diferença é que Israel e a Palestina cumpriram o acordo na sua totalidade. Tornaram seus estados independentes. Mas agora o tratado está sendo desrespeitado”, acusou Lhé.

Para finalizar, Lhé criticou o isolamento que Israel está impondo a companhias de vários países (EUA, Rússia, Canadá, Brasil e outros) em não aterrissar no aeroporto de Tel Aviv.

(Foto: Odair Leal/ A GAZETA)

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